“O Ministério da Saúde, através da Secretaria-Geral, que é a entidade que realiza as aquisições, não realizou contratos com consultoras privadas. Agora quando se diz universo da saúde, que foi o que foi referido, terá de se questionar o vasto universo da saúde”, referiu Marta Temido.
O Governo PSD/CDS-PP admitiu no sábado ter contratado uma consultora privada para “organizar e estruturar” o trabalho da 'task force' responsável pelo Plano de Emergência da Saúde, sublinhando que a empresa tem trabalhado com o “universo Ministério da Saúde” nos “últimos anos".
Numa visita à Festa da Cereja de Resende, no norte do distrito de Viseu, a candidata a eurodeputada criticou quem define estratégias politicas entregando-as ao setor privado.
“Quem conhece bem não compra a terceiros, quem não sabe bem o que fazer tende a comprar fora. São opções”, apontou.
Aos jornalistas, Marta Temido explicou que, talvez por ter “muita experiência no setor da saúde”, sempre entendeu que essa “não era uma boa opção”.
“Conheço profundamente o nosso país, também graças ao trabalho que tive como administradora hospitalar, trabalhei aqui a poucos quilómetros, no Hospital do Peso da Régua”, acrescentou.
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, questionou no sábado o Governo sobre se alguma empresa privada na área da consultoria esteve envolvida na elaboração do plano de emergência para a saúde, como foi contratada e a que informação do serviço Nacional de Saúde (SNS) teve acesso.
Segundo o líder socialista, “aparentemente uma empresa de consultoria privada participou nas reuniões de consulta a várias entidades, privadas e públicas”, e não se sabe “até que ponto esteve também na conceção do plano de emergência da saúde”.
Já hoje, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, defendeu que a questão colocada pelo secretário-geral do PS sobre a eventual utilização de uma consultora privada no plano estratégico para a saúde não tem “pés nem cabeça”.
“Isso não tem pés nem cabeça, não tem pés nem cabeça. Eu não vou estar a falar sobre isso agora, mas não tem pés nem cabeça, essa acusação”, disse Luís Montenegro.
Numa nota enviada à Lusa, o gabinete da ministra da Saúde esclareceu que “para organizar e estruturar os contributos/trabalho da ‘task force’ foi contratada uma consultora privada, a IQVIA Solutions, que faz parte da bolsa de consultoras que tem trabalhado com o universo Ministério da Saúde nos últimos anos”.
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