Em declarações aos jornalistas, Emílio Torrão confirmou o colapso do talude esquerdo, numa extensão de 50 metros, bem como o transbordo de água para aquele canal a partir dos campos agrícolas que estão alagados, cerca de meio quilómetro a montante da ponte das Lavandeiras, na povoação de Casal Novo do Rio, que está a ser defendida através de uma barreira de pedras e sacos de areia, ali colocada por meios da Proteção Civil municipal.
Emílio Torrão disse ainda que a situação do colapso "neste momento está sob controlo" após ter pedido ao ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, que a EDP pudesse suspender as descargas na barragem da Agueira - pedido que, garantiu o autarca, "está a ser cumprido".
Segundo o presidente da Câmara, ao pedido para a suspensão de descargas na barragem da Aguieira juntou-se a maré vazante, o que possibilita "a maior capacidade de encaixe" no leito principal do Mondego, para onde corre a água do leito periférico direito.
"Esta água vai voltar de novo ao rio Mondego", frisou Emílio Torrão.
Emílio Torrão explicou ainda a operação de reforço do talude direito do leito periférico, numa das extremidades da povoação de Casal Novo do Rio, oposto àquele onde o talude esquerdo colapsou, foi já realizada com "uma frente de pedreira".
As autoridades identificaram ainda outro aluimento de terras no talude esquerdo do leito periférico - que está sujeito à pressão das águas que invadiram os campos agrícolas do vale central da bacia do Mondego e que, segundo o autarca, está dimensionado para resistir à força das águas no interior do leito mas não às que o pressionam do exterior.
Este aluimento, a jusante da ponte das Lavandeiras, não originou ainda um colapso do talude esquerdo, mas a autarquia de Montemor-o-Velho está a preparar um segundo reforço do talude direito, na zona frontal ao aluimento, também com uma barreira de pedra.
Ambas as intervenções de defesa pretendem impedir o eventual colapso do talude direito do leito periférico do rio que, se romper, a exemplo do sucedido nas cheias de 2001, poderá levar a água a invadir a vila de Montemor-o-Velho e a povoação da Ereira, a jusante daquela.
"Para que quando a água vier com força, ao embater nessa margem [direita], ela não colapsar e evitar que a água entre na Ereira e em Montemor, argumentou.
Emílio Torrão disse que Carmona Rodrigues, projetista da obra de regularização do Baixo Mondego, esteve hoje em Montemor-o-Velho para "o seu contributo" às soluções que estão a ser implementadas para minimizar o impacto das cheias.
No leito principal do Mondego, a água que está a entrar na abertura do dique que colapsou no sábado, junto a Formoselha, está a canalizar 400 a 500 metros cúbicos por segundo (m3/s) para a zona agrícola (vale central) que agora pressiona os taludes do leito periférico direito.
Questionado sobre se as intervenções que estão a ser realizadas vão ser suficientes para evitar inundações nas povoações da margem direita, o autarca frisou que os fenómenos naturais "não têm essa capacidade de previsão".
"Nós estamos a fazer tudo aquilo que não foi feito em 2001, ou seja, antecipar o problema. Se me perguntarem se eu estou convicto que estas são as melhores soluções, sim, estou convicto. Se vão ser as melhores soluções, só se Deus e a natureza mo permitirem é que vão ditar que temos razão", alegou o autarca.
No vale central do Mondego, a água que está a entrar na abertura do dique que colapsou no sábado, junto a Formoselha, está a canalizar 400 a 500 metros cúbicos por segundo (m3/s) para a zona agrícola, que agora pressiona os taludes do leito periférico direito.
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