"Tal como os primeiros-ministros e presidentes antes de nós, e certamente aqueles que nos vão suceder, também podemos divergir às vezes sobre como enfrentar os desafios que enfrentamos. Sempre falei abertamente consigo, Donald, quando adotámos uma abordagem diferente, e você fez o mesmo comigo", afirmou May, numa conferência de imprensa conjunta.
Como exemplo, referiu a questão da "atividade desestabilizadora do Irão na região" e a necessidade de impedir que Teerão consiga obter armas nucleares.
"Embora divirjamos quanto aos meios para o conseguir, como eu disse antes, o Reino Unido continua a apoiar o acordo nuclear, está claro que ambos queremos alcançar o mesmo objetivo", acrescentou.
A primeira-ministra britânica reiterou também junto de Trump a abordagem do país para combater as alterações climáticas e o apoio ao Acordo de Paris, do qual os EUA se afastaram, e mencionou a China.
Além de recentemente terem rompido negociações e imposto tarifas comerciais mais elevadas a Pequim, o que representa uma ameaça para a economia global, os EUA estão a pressionar o Reino Unido para não usar a companhia Huawei nas infra-estruturas de telecomunicações 5G devido ao risco de segurança.
May defendeu que é preciso reconhecer a dimensão económica daquele país, embora tenha salientado que não se deve "ignorar ações que ameacem” os interesses ou valores comuns aos dois países.
O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, tinha deixado em aberto há algumas semanas a possibilidade de impor restrições à troca de informações entre os dois países, mas hoje Trump foi mais positivo.
"Vamos ter um acordo sobre a Huawei e tudo mais, temos uma relação de segurança incrível e vamos poder resolver quaisquer diferenças. Eu acho que não vamos ter problemas. Nós discutimos isso e eu não vejo absolutamente nenhuma limitação", vincou.
Questionado sobre a questão do aumento em 5% das tarifas comerciais sobre produtos importados do México, o presidente norte-americano reiterou a intenção de aplicá-las a partir da próxima semana.
Trump alegou ser "inaceitável" que "milhões" de imigrantes entrem nos EUA através do México e que o país deve impedi-lo, mostrando-se convicto de que tal vai acontecer.
"Se não o fizerem, vamos colocar tarifas", ameaçou.
A conferência de imprensa com Theresa May aconteceu no segundo dia de uma visita de Estado do presidente norte-americano ao Reino Unido, que começou hoje por um pequeno-almoço com empresários dos dois países.
À noite, o chefe de Estado oferece um jantar de agradecimento na residência do Embaixador dos EUA, no qual o príncipe Carlos vai participar em nome da rainha.
Na quarta-feira, Trump, a rainha o príncipe Carlos e outros chefes de Estado ou de governo participam num evento comemorativo em Portsmouth, no sul de Inglaterra do 75.º aniversário do desembarque do Dia D das forças aliadas que contribuiu para a derrota da invasão nazi na II Guerra Mundial.
Comentários