Por causa do contexto pandémico no país, o liberal Tiago Mayan Gonçalves adaptou a campanha e reuniu-se virtualmente com empresários algarvios, de áreas como a agricultura, restauração, hotelaria, eventos ou ginásios, para lhes “dar voz”.
Neste encontro ‘online’, feito pelo candidato a partir de Lisboa, um empresário algarvio contou que acabou de fechar um negócio que tinha há 12 anos, referindo que o bar esteve aberto apenas 27 dias neste verão por causa da pandemia de covid-19.
João Sotto Mayor, que integra o movimento “Pão e Água”, considerou que os apoios anunciados pelo Governo para o setor da restauração foram sempre “insuficientes, tardios e, face às despesas, quase irrisórios”.
Francisco Neto, presidente da Assembleia Geral da Associação dos Hotéis e Similares do Algarve, apontou a sazonalidade que afeta o Algarve, referiu que este verão “se limitou a dois meses” e que, por causa da situação pandémica, este ano a época turística só deverá arrancar em junho.
“Quando falamos de bazucas europeias é para aqui que tem de começar a ser canalizada e nomeadamente nos setores mais afetados. Turismo, restauração, hotelaria são claramente os setores mais afetados”, salientou Tiago Mayan Gonçalves.
Na sua opinião, a “resposta imediata é injeção direta de capital a fundo pedido nestes setores”.
O candidato apoiado pela Iniciativa Liberal (IL) tem insistido na ideia de que “as medidas do Governo que decretam o encerramento de atividades ou limitações severas às atividades têm de vir acompanhadas do cheque” e é isso, frisou, o que o “Governo não tem feito”.
“Isto não é um cenário normal de crise, o ‘lay-off’, as medidas de escalonamento dos pagamentos por conta, são medidas que se preveem para um quadro de normalidade da economia, mas estamos numa situação excecional em que todo o setor que está em crise”, sustentou.
E acrescentou que, o “Governo continua a propor medidas que são adiar o problema, como as moratórias”, mas, na sua opinião, “o que tem de ser feito é injeção direta”.
“Quem toma uma decisão unilateral de encerramento de uma atividade tem de assumir a responsabilidade dessa decisão e quem tomou essas decisões foi o Governo”, afirmou.
Nesta conserva ‘online’, que durou quase duas horas e meia, abordaram-se muitos outros temas que passaram pelas questões da saúde e o hospital prometido há seis anos para a região, pela saúde mental, as questões socais e o aumento do desemprego, os transportes, telecomunicações, pela agricultura, pelos ginásios e também o setor dos casamentos e a Proteção Civil.
“O Estado, nos termos da Constituição, da lei, tem responsabilidades e um liberal não concebe o fim do Estado, concebe um Estado forte e capaz nas funções básicas que tem de ter. E a Proteção Civil e o socorro são, claramente, funções que o Estado tem de estar a garantir”, salientou o candidato.
No entanto, para Tiago Mayan, no caso da Proteção Civil e Socorro “efetivamente o Estado lava as mãos das suas responsabilidades e a fatura tem de ser paga por associações como os bombeiros voluntários e isso tem que mudar”.
“O Estado está a mais em muitos setores, mas claramente em casos como a Proteção Civil e o socorro tem de estar a assumir mais as suas responsabilidades”, sublinhou.
As eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de covid-19 em Portugal, estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.
A campanha eleitoral termina em 22 de janeiro. Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).
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