Ambos são arguidos num caso de corrupção, devido à emissão à distância de certificados de óbito sem que os corpos tenham sido autopsiados, noticia o Jornal de Notícias.
De acordo com o diário, o médico, Clemente Rocheta Cova, foi detido em janeiro e o agente funerário, Gil Barreto, este mês. O esquema feito por ambos "passaria por agilizar os trâmites das funerárias no levantamento dos corpos e na realização das cerimónias fúnebres, evitando, assim, a realização das autópsias". Pelos seus serviços, o médico receberia 80 euros por cada certificado.
A PJ realizou buscas tanto no consultório privado de Clemente Rocheta Cova como no Centro de Saúde de Loulé. Os dois homens foram detidos, acabando por sair em liberdade após serem presentes a tribunal.
De acordo com o JN, o médico foi indiciado por corrupção passiva e está sujeito a apresentações periódicas, encontrando-se impedido de exercer funções e estando a ser alvo de um processo pela Ordem dos Médicos. Já o agente é acusado de corrupção ativa e, além de já ter pago uma caução de 20 mil euros, está proibido de contactar com o outro arguido.
Esta investigação é um sinal claro de um problema também destacado pelo JN, o da ausência de orientações claras e de controlo da emissão de certificados de óbito em caso de morte natural, o que deixa essa responsabilidade sobre os médicos contactados por funerárias, que nem sempre se deslocam ao local do falecimento cujas causas atestam.
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