"Se não sair ninguém daqueles que são críticos para as áreas críticas, [a entrada de] os 54 [profissionais] associados a mais umas contratações eventualmente para coisas específicas que tenhamos de fazer, dará um número médio daqueles que sairão, fará a reposição e garantir-nos-á de certeza absoluta o número de equilíbrio que pretendemos", salientou Ana Escoval.
A responsável pelo Centro Hospitalar Central, que abrange seis hospitais, falava aos jornalistas em S. José, após uma reunião com deputados da comissão parlamentar de Saúde, a propósito do pedido de demissão de chefes de equipa daquela unidade e da Maternidade Alfredo da Costa.
Os deputados também ouviram os chefes de equipa demissionários.
"Ficámos a saber na outra semana que iríamos ter 54 vagas, dessas há vagas para a maioria das especialidades que solicitámos, naturalmente alinhadas com a distribuição nacional", explicou Ana Escoval, acrescentando que será feita uma "justa distribuição", estando somente a aguardar a abertura de concurso.
"Iremos ter esse grande alívio também para os profissionais", realçou, embora não possa ainda especificar datas. "Tenho confiança que será rápido", apontou a presidente do conselho de administração do centro hospitalar.
Referiu uma questão que "preocupa as pessoas que estão no terreno que é se eventualmente os profissionais, que acabaram a sua formação não forem atempadamente contratados, podem procurar outras alternativas ou nas parcerias público-privadas ou nos privados ou até indo para o estrangeiro".
Os profissionais a contratar irão renovar os quadros do hospital, que são envelhecidos, com uma "percentagem de pessoas com 50 e mais anos que poderiam deixar de fazer urgências grandes”, mas Ana Escoval afirmou que continua a contar com eles.
Recordou que, entre 01 de julho de 2017 e 01 de julho de 2018, foram contratos 71 profissionais médicos e saíram 68, o que "não é um drama, é uma reposição das pessoas, saíram mais velhos" e foram recrutados mais jovens, resultando num rejuvenescimento da população médica.
"Ainda tivemos um diferencial de três pessoas", acrescentou.
Em algumas especialidades, existe “um número de profissionais bastante acima da média de muitos outros hospitais", segundo a responsável.
Mas a análise de algumas especialidades tem de ter em conta, não só a idade dos profissionais, mas também o facto de o centro hospitalar ter "três portas abertas", de urgências, e seis hospitais e os técnicos terem de se dividir por essas unidades, num "contexto muito exigente, disperso e consumidor de recursos".
Para Moisés Ferreira, do BE, que participou nas reuniões, "a promessa de contratação de mais 54 médicos [para este centro] não parece que seja suficiente", uma ideia que disse ter sido transmitida no encontro.
O presidente da comissão parlamentar de Saúde, José Matos Rosa, apontou que é o Ministério das Finanças que pode ajudar, "abrindo os cordões à bolsa para ajudar a contratar mais médicos, mais enfermeiros".
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