"A inclusão de uma nova maternidade no Bloco Central dos HUC não é uma boa solução. Sobrecarregará ainda mais o espaço, agravará os problemas do trânsito e do estacionamento e irá agudizar o congestionamento de serviços, bem patente desde a criação do CHUC, com a fusão das duas unidades até aí existentes - CHC e HUC", defende o grupo, em nota divulgada hoje.
Em desacordo com os planos do Governo, os médicos de Coimbra António Rodrigues, Carlos Costa Almeida, Vasco Nogueira e Rui de Melo Pato convocaram para quarta-feira, às 17:30, na Praça 8 de Maio, uma "Tribuna Pública" para contestar a opção pelo polo dos CHUC.
Este grupo interpela ainda o Ministério da Saúde, alertando "para a rutura iminente das maternidades de Coimbra, designadamente a nível de recursos humanos”, e adverte para a necessidade de se garantir a instalação de uma maternidade moderna e de excelência no Hospital Geral dos Covões".
A posição destes profissionais é semelhante à que já foi divulgada por diversas instituições da cidade, nomeadamente a Câmara Municipal de Coimbra, a Assembleia Municipal e a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, que já manifestaram a sua oposição à solução proposta ao Governo pelo presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Fernando Regateiro.
A nova maternidade de Coimbra, que resulta da fusão das duas maternidades existentes no concelho, representa um investimento de 16 milhões de euros, segundo estimativas avançadas em abril de 2018.
"A escolha do polo dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) teve em conta a segurança das grávidas. Em situações de emergência é importante a proximidade de um hospital central", revelou, na altura, o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.
Na semana passada, a ministra da Saúde, Marta Temido, referiu, em Coimbra, que a tutela recebeu "muito recentemente" uma proposta do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra que aponta para uma solução que passe pelo atual perímetro dos Hospitais da Universidade de Coimbra.
O grupo de profissionais que convocou a Tribuna Pública está em completo desacordo com os planos de Regateiro e do Governo.
"A existência de uma maternidade pública, moderna, de qualidade e com capacidade para realizar o número de partos das atuais maternidades é essencial para Coimbra. A sua instalação no espaço do Hospital Geral dos Covões permitirá aproveitar a capacidade instalada e reduzir custos de implantação e de construção", refere o grupo.
Estes profissionais dizem ainda que a opção Covões "cria uma boa oportunidade para reverter uma dinâmica de perda de valências do Hospital e aproveitar a proximidade do Instituto de Sangue, do Centro de Saúde, do Centro de Implantes Cocleares, de uma grande Escola de Enfermagem e da Escola Superior de Tecnologias da Saúde, com bons acessos, espaço para estacionamento e facilidade de crescimento".
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