“Um dos cenários que temos encontrado é o empenho, a força, a flexibilidade do pessoal que se encontra a trabalhar nestes lares”, disse à agência Lusa o representante dos MSF em Portugal, João Antunes.
Esta organização iniciou em 11 de abril um trabalho de apoio aos lares da Grande Lisboa, onde encontrou dificuldades na aplicação dos planos de contingência para travar o novo coronavírus, mas também “muita boa vontade”.
“Esta é uma situação nova que nunca vivemos. Há muito medo, mas os profissionais conseguem estabelecer com os utentes mais velhos, e grupo de risco nesta pandemia, um elo de confiança que consegue trazer mais calma”, afirmou.
João Antunes sublinhou que estes profissionais correm, também eles, riscos de infeção, mas nem por isso deixam de estar presentes, regressando diariamente a casa e voltando no dia seguinte.
Um dos trabalhos dos MSF é precisamente apoiar esses profissionais nas regras que minimizam os riscos de contágio, como a manutenção do material de proteção.
Este trabalho começou pondo em prática uma ajuda disponibilizada pela organização em 03 de abril junto da Direção Geral da Saúde (DGS) e Ministério da Saúde.
Os MSF ofereceram-se para ajudar a combater a pandemia em três níveis: Apoio de plataformas já existentes, partilhando a experiência da organização em contextos de epidemia, disponibilizada para descongestionamento de serviços hospitalares e aconselhamento à rede e lares de idosos na avaliação de riscos e implementação de medidas de higiene, bem como de casos menos graves.
A ajuda começou no último ponto e abrangeu para já 14 lares, sete dos quais visitados presencialmente e os restantes por via virtual. Em breve, os MSF vão estender o apoio aos lares da região norte do país.
Questionado sobre o cenário encontrado nestas instituições, João Antunes disse que a situação “não é uniforme”.
As principais dificuldades detetadas relacionam-se com a aplicação dos planos de contingência devido a constrangimentos como a própria estrutura física de alguns lares.
Os MSF têm uma representação permanente em Portugal desde fevereiro de 2019, onde recrutam uma média de 10 profissionais portugueses por ano.
A organização trabalha atualmente em 500 projetos de emergência que decorrem em 72 países.
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