“Os homens, mulheres e crianças a bordo do ‘Aquarius’ fogem do conflito, da pobreza, e sobreviveram a um horrível abuso na Líbia. Foram transferidos de um barco para outro como se fossem carga e passaram uma semana no mar”, disse a diretora de emergências da organização não-governamental, Karline Kleijer.
“Damos graças a Espanha por se oferecer [para acolher os imigrantes], apesar de o Governo de Itália e outros Governos europeus vergonhosamente deixarem de assumir as suas responsabilidades e colocarem a política à frente da vida de pessoas vulneráveis”, acrescentou.
Neste contexto, os MSF recordaram que em finais de junho se realizará um Conselho Europeu e pediram aos Governos do bloco para permitirem os desembarques no porto mais próximo às embarcações de imigrantes.
Também pediram que se assegure que aqueles que precisam de proteção internacional possam apresentar um pedido de asilo, tal como estabelece a lei internacional.
“Os Governos europeus devem analisar a importância dos resgates. Mais de 500 pessoas afogaram-se este ano quando tentavam atravessar o Mediterrâneo”, sublinhou a ativista, que recordou que o “Aquarius” é um dos poucos barcos de entidades não-governamentais que fazem operações de resgate.
Os primeiros dos 629 migrantes socorridos pelo navio “Aquarius”, da organização não-governamental SOS Mediterranée, chegaram hoje ao porto de Valência, em Espanha, depois de oito dias de travessia do Mediterrâneo e a rejeição de Itália e de Malta em receber estas pessoas.
Face ao impasse, Espanha ofereceu-se, no dia 11, para acolher os migrantes, tendo o “Aquarius” efetuado a viagem em direção a Valência escoltado por duas embarcações da Marinha italiana, com as quais repartiu os migrantes que se encontravam a bordo.
França irá também acolher migrantes do “Aquarius”, depois de uma análise à sua situação em Espanha, anunciou no sábado o Governo espanhol.
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