O autarca socialista já tinha anunciado em junho que iria propor à autarquia uma “recalendarização” relativa ao desenvolvimento do projeto, que contempla restrições ao trânsito automóvel, bem como intervenções no espaço público, com criação de mais ciclovias e área pedonal, mas não adiantou datas.
Hoje, falando aos jornalistas à margem de uma visita à estação de Metro da Praça de Espanha, Medina garantiu que não abandonou o projeto, mas defendeu que a implementação das restrições ao trânsito não é adequada “numa altura em que toda a gente tem a sua vida perturbada”, devido à pandemia de covid-19.
“Mas eu quero sinalizar, e já sinalizei no executivo da câmara, é que a nossa intenção é avançar com o projeto assim que a cidade tenha a sua vida normalizada, nós tenhamos arrumado a pandemia, estejamos no fundo a avançar com outras preocupações”, frisou.
Questionado sobre se já está a contar ser eleito nas próximas eleições autárquicas, que se realizam no próximo ano, o autarca riu-se e disse: “Cada coisa a seu tempo, é como a ZER”.
“Se tiver responsabilidade sobre isso é essa a minha intenção”, garantiu.
“Defendo o projeto, acho que ele é muito importante, acho que há um tempo para se fazer e esse tempo não é este”, defendeu, acrescentando que se trata de uma questão de “bom senso”.
Fernando Medina reforçou que “é preciso ter compreensão pela situação muito alterada” que toda a gente está a viver.
“As pessoas hoje estão com as suas vidas muito modificadas, o comércio também com a sua vida muito alterada, muitas pessoas ainda em teletrabalho, muita incerteza sobre a abertura do ano letivo. Por isso, entendemos que não seria num momento de tanta alteração que devíamos fazer mais uma alteração”, reiterou.
Em junho, o presidente da autarquia adiantou também que, apesar de ter sido decidido adiar a questão das restrições ao trânsito, iria propor “a execução, desde já, das obras de espaço público e rede ciclável” definidas no programa apresentado pela câmara e a aquisição “dos meios e dos recursos necessários à plena introdução da zona de emissões reduzidas”, como os pórticos e os limitadores.
Em janeiro, quando a Câmara de Lisboa anunciou a nova Zona de Emissões Reduzidas (ZER) Avenidas/Baixa-Chiado, na qual o trânsito automóvel passará a ser exclusivo para residentes, portadores de dístico e veículos autorizados, entre as 06:30 e as 00:00, estava previsto que o plano fosse apresentado à comunidade e aos comerciantes em fevereiro e aprovado pela autarquia em março, de modo a ser enviado para um período de consulta pública.
Estava ainda previsto que, a partir de 01 maio, os cidadãos pudessem efetuar o registo para a obtenção dos dísticos e a “efetiva fiscalização e controlo de acesso entre julho e agosto”.
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