A marcha foi organizada pela Associação Nacional de Condutores de Animação Turística e Animadores Turísticos, apelando para que os alertas laranja não sejam decretados pelo risco de incêndio rural no concelho, mas sim tendo em consideração a análise do microclima da serra de Sintra, no distrito de Lisboa, tendo por base os índices de temperatura, humidade e vento que se fazem sentir.
A circulação de trânsito na serra de Sintra tem sofrido condicionamentos desde o dia 17 de julho devido aos alertas da Proteção Civil para risco de incêndio.
Em declarações à Lusa, a porta-voz da associação, Inês Henriques, referiu que a manifestação e a marcha lenta de hoje servem para “alertar a população para aquilo que o setor está a passar”.
“O que queríamos era que os alertas [da Proteção Civil com base no Instituto do Mar e da Atmosfera] fossem impostos mediante o microclima da serra e também que haja um transporte de serviço público e não transporte turístico em dias de alerta”, disse Inês Henriques.
A associação refere-se ao autocarro 434, que é transporte público de passageiros com alvará emitido pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT), frisando que “esta viatura, que acede à serra, não é uma viatura pesada de passageiros que exerce um serviço público, mas exerce uma atividade turística, estando autorizada a fazê-lo [quando existe uma condicionante de trânsito na serra] tão somente devido à obrigatoriedade de ter um alvará de transporte público, por ter mais de nove lugares”.
“Tal constitui discriminação e vai contra a lei da livre concorrência”, refere Inês Henriques.
Aos jornalistas, o vereador da Proteção Civil da Câmara Municipal de Sintra, Domingos Quintas, adiantou “não haver discriminação” por parte da autarquia quanto aos empresários de animação turística, salientando que em primeiro lugar está a defesa da serra.
“A defesa da serra está em primeiro lugar. Não somos nós que determinamos o risco de incendo. É o IPMA. Quando este determina temos a obrigação de tomar todas as medidas para preservar a serra é isso que fazemos e continuaremos a fazer de acordo com uma deliberação de câmara. Temos um grupo que aconselha o presidente de câmara, atuamos e condicionamos [o acesso] a serra”, disse.
O vereador sublinhou que os riscos de incêndio são determinados por “várias variáveis”, pelo que a autarquia “não corre riscos”.
“Nos dias em que há risco de incêndio elevado ou muito elevado, nós condicionamos a serra e não corremos risco. A serra é património de Sintra, mas não podemos esquecer que é património mundial também”, explicou.
De acordo com Domingos Quintas, “não há nada [sinal de trânsito] que diga especificamente respeito a este tipo de operadores”.
“Há sinais que não permitem a passagem de alguns transportes, tanto quanto sei. Mas a preservação da serra para nós está em primeiro lugar, haja o que houver”, salientou.
A serra de Sintra, localizada no distrito de Lisboa, integra uma região de proteção classificada como sensível ao risco de incêndio florestal, caracterizada por um elevado número de visitantes.
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