“Queremos fazer em Bruxelas o que fizemos em Roma: construir o centro-direita também na Europa e mandar para a oposição os esquerdistas que causaram tantos danos ao nosso continente”, disse Meloni durante um comício na capital italiana que marcou o encerramento da campanha do seu partido, Irmãos de Itália (direita), para as europeias que se disputam dentro de uma semana.
Num discurso de uma hora, a primeira-ministra sublinhou: “Nunca governámos com a esquerda e nunca governaremos com a esquerda em Itália ou na Europa. E, a julgar pelas reações, parece que o objetivo não está longe”.
Na Piazza del Popolo, em Roma, a líder dos Irmãos de Itália afirmou que “a Europa deve redescobrir o seu papel na história, abordar algumas questões importantes e deixar que os Estados nacionais decidam o que não precisa de ser centralizado”.
“Caso contrário, a Europa continuará a ser um gigante burocrático e um anão político, e nós precisamos do oposto”, adiantou.
As eleições europeias serão “um referendo entre duas visões opostas”: “Por um lado, uma Europa ideológica, centralista, niilista e cada vez mais tecnocrática. Por outro lado, a nossa Europa, corajosa, orgulhosa, que não esquece as suas raízes porque elas definem quem somos, ajudam-nos a encontrar o nosso caminho na escuridão do medo”, disse, citada pela agência de notícias espanhola EFE.
Meloni defendeu que quer fazer em Bruxelas o que foi feito em Roma há ano e meio, ou seja, “mandar para a oposição os vermelhos, os verdes e os amarelos que tanto mal fizeram ao continente nos últimos anos’.
Para a primeira-ministra ainda é preciso explicar aos italianos a importância das eleições europeias.
“A UE pode obrigar-nos a pagar entre 50.000 e 70.000 euros do nosso bolso ou respeitar as especificidades nacionais, promovendo a eficiência energética sem obrigações insustentáveis (…). Pode (…) condenar-nos a novas dependências ou prosseguir a sustentabilidade ambiental, económica e social”, defendeu.
Meloni deu ainda como exemplo o facto de a UE poder “lidar com a imigração descontrolada filosofando sobre deslocalizações ineficazes” ou então optar por “controlar as fronteiras externas e bloquear as saídas”.
Cerca de 370 milhões de eleitores são chamados a escolher os 720 deputados ao Parlamento Europeu, nas eleições que decorrem nos 27 Estados-membros da União Europeia entre 6 e 9 de junho.
Em Portugal, que elege 21 eurodeputados, o escrutínio está marcado para 9 de junho.
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