“No âmbito de uma rotação programada, um outro avião com os nossos instrutores chegou à República Centro-Africana”, declarou COSI no Telegram, citada pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).
“Isto mostra que todos os rumores sobre uma retirada das nossas forças da RCA são infundados; durante algum tempo, a rotação foi dificultada, mas agora estão a chegar novas tropas ao país”, acrescentou a organização na mensagem citada pela AFP, sem especificar por que razão as rotações tinham sido dificultadas.
“Os instrutores da COSI e os combatentes experientes da Wagner estão prontos para apoiar o governo da República com todo o seu empenhamento, tanto nas missões em curso como para garantir a segurança do próximo referendo”, acrescentou a COSI, referindo-se à votação popular sobre a implementação de uma nova Constituição que permitirá ao atual Presidente candidatar-se a um terceiro mandato.
Segundo os Estados Unidos, a COSI é uma empresa de fachada do grupo Wagner na República Centro-Africana.
A 16 de julho, esta organização anunciou a chegada a Bangui de várias centenas de “experientes” combatentes do grupo Wagner para “garantir a segurança” antes do referendo de 30 de julho.
O estatuto da empresa de Yevgeny Prigozhin e a continuação das suas operações suscitaram questões após o seu motim abortado na Rússia em 23 e 24 de junho.
No entanto, as suas intervenções no estrangeiro, nomeadamente na Síria e em vários países africanos, como o Sudão, a República Centro-Africana e o Mali) não foram publicamente postas em causa.
Logo que foi anunciado o fim do motim, Bangui declarou que as atividades de Wagner “continuariam”.
O referendo de domingo vai permitir ao atual Presidente candidatar-se a um novo mandato.
Faustin Touadéra foi eleito em 2016 e depois reeleito em 2020, embora menos de um em cada três eleitores tenha podido ir às urnas por razões de segurança.
No final de maio, Touadéra anunciou a realização de um referendo sobre uma nova Constituição, marcado para 30 de julho, e foi acusado pela oposição e pelos rebeldes de pretender continuar a ser “Presidente vitalício” do segundo país menos desenvolvido do mundo, candidatando-se à reeleição em 2025, segundo a ONU.
“Não haverá um terceiro mandato, mas os contadores serão repostos a zero” com uma nova Constituição, “e haverá um novo mandato a que qualquer pessoa se poderá candidatar, incluindo o Presidente Touadéra, se assim o desejar”, disse Fidèle Gouandjika, ministro especial e conselheiro do Presidente, citado pela agência France-Presse, imediatamente após o anúncio do referendo.
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