“Todos os membros do júri ficaram sensibilizados pela sua corajosa decisão em 2015 de acolher mais de 1,2 milhões de refugiados, nomeadamente da Síria, Iraque, Afeganistão e Eritreia. Este é o legado que ela deixa”, afirmou o presidente do júri e prémio Nobel da Paz de 2018, o médico congolês Denis Mukwege.
“O sofrimento é universal, e é por isso que as soluções dadas ao sofrimento devem ser também universais. A construção da paz consiste em abrir as portas àqueles que sofrem. A decisão do júri lembrou-nos que a forma como tratamos os migrantes e os refugiados é uma questão crítica”, sublinhou, por sua vez, a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay.
Este ano foi também atribuída uma menção honrosa à ativista de direitos humanos Julienne Lusenge, conhecida pelo seu trabalho no Kivu do Norte, na República Democrática do Congo, onde denunciou o uso da violação como “arma de guerra” e lutou pelos direitos das mulheres.
Entre os membros do júri do Prémio da Paz Félix Houphouët-Boigny constam o ex-diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) Michel Camdessus, o escritor colombiano Santiago Gamboa Samper, o astronauta Thomas Pesquet, o ator norte-americano Forest Whitaker e a embaixadora da boa vontade da UNESCO, Hayat Sindi.
Merkel, que foi chanceler da Alemanha entre 2005 e 2021, levou a cabo políticas que, na crise migratória de 2015 na Europa, facilitaram o acolhimento de vários milhares de refugiados, 900 mil dos quais se fixaram no território alemão.
As medidas de Merkel foram fortemente criticadas internamente, especialmente pela extrema-direita alemã.
Criado em 1989, o prémio Félix Houphouët-Boigny homenageia pessoas e instituições ou organizações que contribuam significativamente para a promoção, a pesquisa e a salvaguarda ou a manutenção da paz de acordo com a Carta das Nações Unidas e a Constituição da UNESCO.
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