As contas foram feitas pela Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap) e ainda pelo Dinheiro Vivo. Metade dos funcionários públicos dificilmente atingirão o salário máximo nas suas carreiras.
"Um técnico superior tem 14 posições disponíveis para progressão, sendo a mais longa entre as carreiras gerais. Se, em cada avaliação anual, receber um ponto vai precisar de oito anos para dar um salto remuneratório, uma vez que os pontos necessários irão diminuir de 10 para oito. Esse valor multiplicado por 14 dá 112 anos para atingir a posição salarial mais elevada. O assistente técnico tem menos degraus: nove, sem contar os complementares. Isto significa que terá de esperar 72 anos para atingir o máximo, se receber sempre um ponto na avaliação de desempenho. No caso de um assistente operacional, com oito posições, só após 64 anos de serviço será possível aceder ao topo da carreira. Para cada um dos exemplos dados, será preciso somar a idade de entrada na carreira, de 18, 20 anos ou até mais, o que mostra que é impossível que aqueles trabalhadores progridam até à ultima posição", lê-se no Dinheiro Vivo.
Já antes a Fesap tinha salientado também que os funcionários públicos "estarão condenados a que, estando na carreira técnico superior, vão precisar de mais de 100 anos para chegar ao topo", revelou o secretário-geral da Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap), José Abraão, salientando ainda que "no caso dos assistentes técnicos, serão à volta de 80 anos e, no caso dos assistentes operacionais, terão de aguardar mais de 60 anos".
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