Foi esta quinta-feira divulgado o terceiro e último relatório sobre o atentado à bomba na Manchester Arena, em 2017. Como conclusão, o autor do mesmo, o ex-juiz do tribunal supremo Sir John Saunders, considera que os serviços secretos britânicos têm culpa no ataque que matou 22 pessoas e deixou mais de 100 feridos.
Em 2017, Salman Abedi, nascido em Manchester e filho de imigrantes líbios, fez-se explodir com uma bomba à saída de uma sala de espetáculos, a Manchester Arena, onde tinha atuado a cantora norte-americana Ariana Grande. O britânico era conhecido das autoridades, esteve no radar dos serviços de segurança durante sete anos, e é, sobretudo, por essas razões que o relatório sobre o atentado terrorista incute culpas nas secretas britânicas.
"Foram culpadas de uma significativa oportunidade perdida de tomar medidas que poderiam ter evitado o atentado na Manchester Arena. Houve uma oportunidade significativa de agir, que poderia ter evitado o ataque. Ou melhor, não é possível chegar a nenhuma conclusão se o ataque teria sido evitado, mas havia uma possibilidade realista de que se a inteligência fosse acionada poderia ter levado a ações que impediriam o ataque", disse o responsável pelo relatório, salientando também que o motivo da oportunidade perdida incluía "uma falha de um oficial do Serviço de Segurança".
As famílias das vítimas deste atentado já reagiram e descrevem o relatório como "devastador".
"O relatório de hoje foi profundamente doloroso de ler, mas também revelador. Sobre a questão da possibilidade de prevenção deste ataque, inevitavelmente o relatório fornece menos informações do que gostaríamos. Mas agora está bastante claro que houve uma falha em avaliar adequadamente Salman Abedi. Uma falha em colocá-la no contexto adequado e, o mais catastrófico de tudo, um atraso em agir sobre a mesma", lê-se no comunicado.
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