“Eu penso que nós precisamos de superar um problema grave no presidencialismo brasileiro que é um número imenso de pedidos de impedimento a todo momento. Até agora. O Presidente Lula [da Silva] acabou de assumir [a Presidência] e já há pedido de impedimento. Enfim, pegou moda no Brasil”, afirmou Temer.
O antigo chefe de Estado, que falava à imprensa na conferência promovida hoje e sábado pelo Lide Brasil, reforçou a ideia que tinha expressado antes na intervenção que fez no evento, defendendo que o Brasil tem de superar essa questão do ‘impeachment’, processo judicial contra o chefe de Estado que o impede de manter o cargo.
Para Michel Temer, os “inúmeros pedidos de impedimento, e não só o impedimento, cria trauma”.
O ex-presidente disse ter feito uma investigação e acrescentou que desde o tempo do Presidente Itamar Franco (1992-1995) houve mais de 495 pedidos de impedimento.
“Então, nós precisamos superar esse problema. Daí o semipresidencialismo”, justificou.
Michel Temer, que assumiu a Presidência (de 31 de agosto de 2016 a 01 de janeiro de 2019) após o impedimento da então presidente de Dilma Roussef, de quem era vice-presidente, salientou que a adoção de um regime semipresidencialista “não é para já”, mas sim para 2030.
O ‘impeachement’, salientou Temer, “é um processo político, não é um processo jurisdicional”.
Na sua intervenção no evento, Michel Temer elogiou o exemplo de Portugal que, disse, interrompe mandatos e governos sem necessidades de processos de ‘impeachment’.
Em Portugal, exemplificou, “quando precisar de mudar o Governo, o Governo cai porque perde a maioria parlamentar e outra maioria parlamentar se forma e instala um novo Governo”.
“E não há nenhum trauma, como ocorreu no Brasil, pelo chamado impedimento”, acrescentou.
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