"Será inevitável que o PSD procure um novo caminho, novos protagonistas e se possa assumir como alternativa ao Partido Socialista", disse o antigo secretário-geral do PSD e ministro do Governo de Passos Coelho, que falava à agência Lusa à margem de uma conferência promovida pela Assembleia Municipal de Ourém.
Miguel Relvas mostra-se "muito preocupado" com o atual líder do partido, Rui Rio, considerando que atualmente "o Governo sente-se à solta, porque não há oposição", salientando que PSD e CDS-PP valem juntos nas sondagens 30 a 31%, o que "nunca aconteceu na história da democracia portuguesa".
"Os sinais são preocupantes. O PSD não soube fazer a leitura dos resultados das eleições europeias. Não percebeu que não se conseguiu constituir como alternativa", disse o antigo ministro que se demitiu do Governo de Passos Coelho em 2013, depois de ter estado envolvido em várias polémicas, nomeadamente a da sua licenciatura e de alegadas pressões a jornalistas.
Segundo Miguel Relvas, o PSD, através das posições e políticas assumidas no Parlamento nos últimos tempos, demonstra que é "um partido sem convicções e um partido sem capacidade de se assumir com um projeto coerente e estável".
"O prazo dos líderes é o mandato para o qual são eleitos, que devem cumprir, mas também os resultados. É normal que quem perca as eleições tenha que ser substituído por outro que traga esperança ao país e um projeto mobilizador. É normal que assim seja", referiu o antigo ministro, que é uma das vozes críticas do PSD em relação à liderança de Rui Rio.
Sobre possíveis sucessores de Rui Rio, o antigo dirigente social democrata não quis avançar com nomes, apenas salientando que "o PSD tem vários militantes seus em condições" de poder vir a liderar o partido.
Apesar das críticas, Miguel Relvas vincou que gostaria de ver "criadas as condições para que o PSD tenha um resultado que impeça o Partido Socialista de ganhar as eleições" e que vai votar no partido do qual é militante.
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