“[Este é] o desenvolvimento de um ‘mass training’ relativo a suporte básico de vida adulto, para que estes miúdos possam desenvolver esta competência em jeito de brincadeira, mas que possam não só desenvolver a competência, como também replicar nas suas casas”, disse hoje à agência Lusa o tenente-coronel José Resende, da Unidade de Ensino, Formação e Investigação da Saúde Militar, na dependência do Estado-Maior-General das Forças Armadas.
Na escola do 2.º e 3.º ciclos com secundária de Ansião, 80 alunos fazem hoje esta formação, que começou com a parte teórica, seguindo-se a prática (na qual manequins fazem de cobaias e garrafões com cinco litros de água simulam o tórax de uma pessoa e balões simulam cabeças), para que os estudantes possam replicar a aprendizagem em casa, com grupos de amigos ou na comunidade.
José Resende salientou que a formação em suporte básico de vida pode fazer toda a diferença numa vítima em paragem cardiorrespiratória ou inconsciente, por manter as condições para a sua recuperação.
“A maioria das vezes não se consegue recuperar de facto esta vítima, mas todo o trabalho que é feito neste tempo intermédio, enquanto não chega a ajuda diferenciada, é fundamental e faz parte dos elos fundamentais da cadeia de sobrevivência. Por isso, fará toda a diferença”, explicou.
A forma como se deve abordar uma vítima em paragem cardiorrespiratória ou inconsciente, em que posição deve ser colocada a pessoa ou como devem proceder em caso de obstrução da via aérea são alguns dos ensinamentos que os alunos levam da sessão.
Segundo José Resende, fora das comemorações do 10 de Junho, as Forças Armadas não têm sido chamadas para ministrar este tipo de formação, mas estão disponíveis para o fazer “junto de escolas e outras estruturas similares”.
Já a subdiretora do Agrupamento de Escolas de Ansião, Isabel Serra, destacou que a iniciativa é de uma importância vital para os jovens e comunidade, porque têm oportunidade de ter uma formação em suporte básico de vida que pode fazer a diferença.
“É fundamental na formação integral dos nossos alunos. Formamos cidadãos responsáveis e com um papel muito importante na sociedade e todos eles têm consciência disso. E, no caso de precisarem de ajudar alguém, uma vítima, tanto na escola ou fora daqui, naturalmente, que eles têm preparação para socorrer”, referiu Isabel Serra, destacando que “agir de uma forma correta faz toda a diferença”.
Adiantando que a formação em suporte básico de vida “faz parte das aprendizagens essenciais [disciplina de Ciências Naturais] do 9.º ano de escolaridade”, a professora esclareceu que, todos os anos, com o apoio dos Bombeiros Voluntários de Ansião, é feita esta formação.
A responsável admitiu que a escola gostaria de fazer o mesmo noutros níveis de ensino.
A formação em suporte básico de vida é uma das diversas iniciativas que, desde dia 03 e até segunda-feira, as Forças Armadas estão a realizar em vários concelhos do norte do distrito de Leiria, culminando com a cerimónia comemorativa do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, em Pedrógão Grande.
A exposição militar está patente em Figueiró dos Vinhos, com atividades a decorrer também em Castanheira de Pera.
Demonstrações por parte dos três ramos das Forças Armadas (Exército, Força Aérea e Marinha), desde inativação de explosivos, defesa nuclear, biológica, química e radiológica ou cinotécnica, e ainda batismo de mergulho estão entre as ações.
Também decorre a atividade “Alista-te por um dia”, direcionada para alunos do 1.º ciclo, e concertos.
Nesta vertente, estão envolvidos cerca de 300 militares.
Já a cerimónia de 10 de Junho, em Pedrógão Grande, vai contar com a presença de 1.350 militares, com a habitual parada militar.
O desfile, que inclui antigos combatentes, integra forças equipadas para combate, e meios e equipamentos dos três ramos, além de um sobrevoo de aeronaves da Força Aérea e da Marinha.
Comentários