De acordo com um comunicado divulgado pelo gabinete da ministra, em que apresenta condolências à família, Graça Fonseca recorda "um dos rostos mais regulares da televisão portuguesa", que morreu na quarta-feira.

"Manuela Cassola teve um percurso longo e diverso, que nos deixa na memória uma atriz comprometida com o seu trabalho e reconhecida pelos seus colegas de profissão como uma presença afetivamente sólida", lê-se no comunicado.

Manuela Cassola nasceu em Portalegre, em 19 de junho de 1925.

O seu percurso, iniciado com a companhia Rey Colaço Robles Monteiro, em 1961, no Teatro Nacional Dona Maria II, fica marcado por uma ampla passagem pelo Teatro Estúdio de Lisboa, de Luzia Maria Martins, de 1965 a 1976.

Manuela Cassola viveu também a aventura do teatro independente do pós-25 de Abril de 1974, nomeadamente colaborando com o Grupo de Teatro de Campolide, depois Companhia de Teatro de Almada, com a qual participou em vários espetáculos, e com a Companhia Teatral do Chiado, fundada por Mário Viegas.

"Manuela Cassola integra a longa lista de atores e atrizes cujo rosto familiar atravessou gerações, que viram nela uma presença regular tanto no teatro como na televisão, onde participou em telenovelas e em séries", destaca ainda a ministra da Cultura.

Recorda ainda a sua presença no cinema, em filmes como "O processo do rei", de João Mário Grilo, ou "Repórter X", de José Nascimento.

Anton Tchekhov, Bertolt Brecht, Calderón de la Barca, Carlo Goldoni, Eduardo de Filippo, Federico García Lorca, Georges Feydeau, Henrik Ibsen, Jaroslav Hasek, Jean Giraudoux, Peter Shaffer, Thornton Wilder, Václav Havel, Valle-Inclán estão entre os dramaturgos que interpretou, a par de autores portugueses que vão de Gil Vicente a Bernardo Santareno e Fernando Luso Soares.

Manuela Cassola, que regressou a Portalegre depois do desempenho na telenovela Rainha das Flores” (2016, SIC), morreu na quarta-feira. De acordo com a Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano, a atriz ainda foi transportada para o hospital da cidade, mas deu ali entrada já morta.