O prémio Nobel da Paz de 2018 foi hoje atribuído ao médico congolês Denis Mukwege e à ativista de direitos humanos Nadia Murad.
Numa nota de imprensa, Maria Manuel Leitão Marques defende que esta atribuição é o reconhecimento do impacto desigual que os conflitos armados têm sobre as mulheres – particularmente vulneráveis a crimes sexuais, a tráfico e a exploração, como foi o caso de Nadia Murad e das milhares de mulheres yazidis escravizadas pelo Estado Islâmico.
Este flagelo, adianta a ministra, “afeta também muitas meninas e mulheres na República Democrática do Congo, que têm sido assistidas, física e psicologicamente, no Hospital criado pelo médico Denis Mukwebe”.
A ministra acrescenta que a voz dos dois laureados tem tornado visível esta “dramática” situação das mulheres e reclamado o reconhecimento da violência sexual em situações de conflitos armados como crime de guerra.
Segundo a governante, as diversas Resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre Mulheres, Paz e Segurança têm reforçado os alertas sobre a violência sexual apelando para redobrados esforços por parte dos Estados-membros.
Em Portugal, adianta Maria Manuel Leitão, o II Plano Nacional de Ação para a Implementação da Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas n.º 1325 sobre Mulheres, Paz e Segurança (2014-2018) integrou medidas como a promoção do intercâmbio e divulgação das experiências vividas entre elementos destacados em missões de manutenção e construção da paz e segurança, ou a formação sobre igualdade de género e violência contra as mulheres e raparigas para dirigentes e quadros técnicos da área da justiça, das forças armadas e forças de segurança.
No ano passado, o prémio foi atribuído à Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (ICAN, em inglês), pelo trabalho feito para a eliminação de armamento nuclear no mundo.
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