Arvind Kejriwal, um crítico acérrimo do primeiro-ministro, Narendra Modi, foi detido há quase seis meses, antes das eleições nacionais, acusado de receber subornos de um distribuidor de bebidas alcoólicas. O tribunal superior da Índia libertou-o sob fiança na sexta-feira.
Kejriwal tem negado sistematicamente as acusações e classificou-as como uma conspiração política.
“Hoje vim perguntar ao público se consideram Kejriwal honesto ou um criminoso”, questionou o visado num discurso público na sede do seu partido Aam Aadmi, que governa Nova Deli. E anunciou que concretizará a sua demissão em 48 horas.
Kejriwal disse que o seu partido – que integra uma ampla aliança de partidos da oposição chamada INDIA e foi o principal opositor do Partido Bharatiya Janata, nacionalista hindu de Modi, nas eleições de junho – realizará uma reunião mais tarde para decidir quem será o seu sucessor no cargo.
Kejeji exigiu ainda que as eleições de Nova Deli, previstas para fevereiro do próximo ano, se realizem em novembro.
Os partidos da oposição condenaram amplamente a detenção de Kejriwal, acusando o Governo de Modi de utilizar indevidamente as agências federais de investigação para perseguir e enfraquecer os seus opositores políticos. Referiram-se a várias buscas, detenções e investigações de corrupção de figuras-chave da oposição nos meses que antecederam as eleições.
Os apoiantes de Kejriwal festejaram a sua libertação, acendendo fogos de artifício e dançando à chuva à porta da sua residência em Nova Deli, muitos deles com cartazes com fotografias do popular líder político.
Em contraponto, alguns dirigentes do partido de Modi alertaram para o facto de Kejriwal ter sido libertado sob fiança e não absolvido do caso de corrupção.
As agências governamentais de investigação acusaram o partido e os ministros de Kejriwal de aceitarem mil milhões de rupias (mais de 12 milhões de euros) em subornos de um distribuidor de bebidas alcoólicas, há quase dois anos, em troca da revisão da política de venda de bebidas alcoólicas em Nova Deli, permitindo maiores lucros às empresas privadas.
Kejriwal, um antigo funcionário público, lançou o Partido Aam Aadmi em 2012. Prometeu livrar o sistema político e a governação indianos da corrupção e da ineficiência.
O símbolo do partido – uma vassoura – e a sua promessa de varrer a administração da corrupção tocaram os residentes de Nova Deli, fartos de uma inflação galopante e de um crescimento económico lento.
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