Em declarações à Lusa, Azeredo Lopes adiantou que deu início ao processo de revisão da Lei de Programação Militar, estabelecendo, entre os objetivos, que “tanto quanto possível o reequipamento permita a atuação conjunta dos ramos”, ou seja, “a melhoria da interoperabilidade”.
“Se os recursos são escassos isto significa que não é possível atender a todas as necessidades”, frisou, dando como exemplo a Força de Reação Rápida na missão na República Centro Africana, que integra militares do Exército e da Força Aérea.
Em segundo lugar, “sendo possível deve reforçar-se a aposta em equipamentos de duplo uso, que tenham uma dimensão estritamente militar” como um “potencial de utilização civil”.
Azeredo Lopes apontou o caso do Regimento de Apoio Militar de Emergência, sediado em Abrantes, que é “um sistema de apoio à decisão que serve tanto para uma dimensão interna [apoio à resposta a emergências] como pode ser facilmente adaptado para uma utilização mais militar”.
Por último, o ministro da Defesa sustentou que os investimentos em equipamento devem atender “ao que, em termos de probabilidade”, vai ser mais necessário, sendo uma dessas áreas a “ciberdefesa”.
Portugal tem atualmente um centro de “ciberdefesa” que funciona no Estado-Maior das Forças Armadas e os ramos dispõem também das suas próprias competências, num domínio que deve ser reforçado, defendeu o ministro.
“O domínio ciberdefesa é hoje um teatro de operações, é um quarto domínio operacional, então vai ser preciso que Portugal, com a capacidade que temos, aposte em tornar-se, não digo numa potência, mas tornar-se num país forte, respeitado e credível nessa dimensão `ciber´”, declarou.
“Se nós hoje temos a noção de que as missões operacionais para que estamos mais vocacionadas são missões num determinado teatro de operações que pressuponham uma certa agilidade de atuação e rapidez de atuação então é preciso que quem está envolvido nessas missões tenha o melhor equipamento de proteção e tenha o melhor armamento possível”, defendeu.
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