“Falamos de uma nova linha de manutenção que representa, como já foi dito, um investimento de mais de 90 milhões de euros, investimento direto estrangeiro numa empresa que está em Portugal, que tem uma participação do Estado português e que opera num setor que é estratégico da nossa economia. Eu tenho dito muitas vezes que a Defesa, melhor até, a iniciativa privada tem na Defesa um mundo de oportunidades, sendo que a Defesa Nacional tem também, na iniciativa privada, um parceiro”, defendeu Nuno Melo.
O ministro da Defesa falava na OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, em Alverca, distrito de Lisboa, onde representou o primeiro-ministro na cerimónia de inauguração da nova linha de manutenção desta empresa de indústria aeronáutica, detida 35% pelo Estado português, através da idD Portugal Defence.
A infraestrutura representa um investimento de mais de 90 milhões de euros feito pela OGMA desde 2021 e torna a empresa num centro de manutenção autorizado para os motores GTF, da norte-americana Pratt & Whitney, que equipam a nova geração de aeronaves comerciais da Embraer e da Airbus.
No discurso e nas declarações aos jornalistas, Melo lembrou que, em 2005, quando o também centrista Paulo Portas era ministro da Defesa, a OGMA “vivia muitos problemas”, o que levou o Governo PSD/CDS-PP de então a privatizar a empresa, ficando o Estado com uma percentagem minoritária, projeto “de que muitos duvidaram”.
“É com muita honra que eu hoje, passados todos estes anos, testemunho também como ministro da Defesa o sucesso da aposta. Esta foi uma associação virtuosa. Portugal, também através da Embraer, investindo na OGMA, modernizou-se, abriu-se ao mercado e hoje é uma empresa de referência mundial”, referiu.
O governante sublinhou que “as indústrias de Defesa não devem ser vistas com ideologia, devem ser vistas com lucidez e pragmatismo”.
Perante vários responsáveis da OGMA mas também da Embraer e da norte-americana Pratt & Whitney, Melo salientou que para o Governo o que importa é “a criação de postos de trabalho, a criação de riqueza e aquilo que pode ser virtuoso”.
O ministro sublinhou que este é “o maior investimento privado na OGMA nos últimos 20 anos desde a sua privatização”, estando em causa a criação de 200 novos postos de trabalho “altamente qualificados”.
Como exemplo de que “as indústrias de Defesa são uma oportunidade”, Nuno Melo lembrou que assinou recentemente a resolução que “permitirá a construção e venda, também no universo NATO” da aeronave intitulada ‘Super Tucano’.
“O ‘Super Tucano’ é uma aeronave cuja base é Embraer, mas que vai incorporar muita tecnologia nacional. A conversão da Embraer para aquilo que são os requisitos e as especificações da NATO será feito através da indústria portuguesa, indústria altamente tecnológica. Isto vai gerar postos de trabalho e vai gerar receitas para o Estado português”, afirmou.
O ministro acrescentou que a própria formação de pilotos para estas aeronaves “poderá ser feita no futuro em Portugal com a colaboração absolutamente fundamental da Força Aérea Portuguesa”.
“Este Governo tem um objetivo que é muito claro: colocar a Defesa e a economia de Defesa ao serviço de Portugal e por isso estamos a criar essas condições todos os dias e não podemos desperdiçar oportunidades para investir no ‘cluster’ da economia de Defesa e potenciar esse crescimento económico”, realçou o governante.
O ministro não quis fazer mais comentários sobre aumentos das remunerações das Forças Armadas, voltando a remeter “boas notícias” para “breve”.
Interrogado sobre se uma eventual privatização do Arsenal do Alfeite, que se encontra tecnicamente falido, poderia ser uma solução para os estaleiros, Nuno Melo não respondeu, dizendo apenas que em breve irá deslocar-se às instalações desta empresa que são “outra prioridade” do Governo.
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