O Hospital Sousa Martins, da ULS da Guarda, teve esta semana três pedidos de demissão de coordenadores de áreas de gestão integrada (blocos operatórios e da área cirúrgica), mas o ministro não se quis pronunciar sobre o caso, dizendo que é preciso “determinação, resistência e resiliência” para ultrapassar os problemas que, em cada instituição, são diferentes.
O ministro regressa hoje a Lisboa, depois de ter discursado na quinta-feira à noite no encerramento da terceira reunião ao mais alto nível sobre prevenção e controlo de doenças não transmissíveis (DNTs) na ONU, em Nova Iorque.
Adalberto Campos Fernandes reiterou, em declarações à Lusa em Nova Iorque, que Portugal está a apresentar melhorias e progressos no Sistema Nacional de Saúde (SNS), e que “outra coisa é o dia a dia, as dificuldades e a necessidade de repor muito [do] que não estava em boas condições, por anos e anos de desinvestimento”.
Para contrariar as queixas e dificuldades sentidas pelos profissionais, o ministro disse que em 2019 vai entrar em vigor o maior orçamento da legislatura no âmbito da saúde.
“Vamos ter, no próximo ano, o maior orçamento para a saúde da legislatura e vamos já ultrapassar aquele que era o ponto de partida antes da intervenção externa” de 2011, disse Adalberto Campos Fernandes, sem adiantar valores.
“Agora estamos em pleno processo orçamental” e a primeira versão vai ser conhecida a 15 de outubro, acrescentou.
O governante defende também que é necessária uma comunicação diária com os portugueses para uma compreensão das dificuldades dos profissionais, numa altura em que existem “razões para acreditar que o SNS é um dos melhores sistemas de saúde do mundo”, como também foi dito pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde no lançamento de uma campanha mundial de promoção de exercício físico, em junho, em Lisboa.
“Estes sucessos não são da política”, afirmou Adalberto Campos Fernandes, mas são dos cerca de 138 mil profissionais “que têm feito o sistema resistir, progredir e crescer”.
O ministro disse ainda que, em Portugal, “há uma enorme capacidade de adaptação das entidades” e que o gabinete do secretário do Estado tem “capacidade para reagir” a novidades ou emergências.
Sobre o número de profissionais que ficaram por contratar, dos dois mil autorizados em finais de junho, para garantir um horário de 35 horas semanais, o ministro disse que esses dois mil “foram adicionais, porque [de janeiro] até julho deste ano, o SNS tinha contratado 4.138 trabalhadores”.
Os portugueses “percebem bem qual é o esforço que estamos a fazer, Governo e cidadãos, para termos em 2019 muito boas notícias no aniversário dos 40 anos do SNS”, concluiu.
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