O Diciotti recolheu na segunda-feira a bordo 67 migrantes, incluindo três mulheres e seis crianças, e aportou hoje ao início da tarde no porto siciliano de Trapani, segundo as imagens das televisões italianas que mostraram o navio no cais.
Entre estes migrantes, alguns são suspeitos de se terem revoltado, por receio de serem reenviados para a Líbia, contra a tripulação do rebocador italiano Vos Thalassa, que os recolheu ao largo das costas líbias.
“Não autorizo que nenhuma pessoa desembarque do Diciotti. Se alguém o fizer deve assumir a responsabilidade”, afirmou Matteo Salvini à margem de um encontro informal com os seus homólogos europeus na Áustria.
“Se houve violência [a bordo do Vos Thalassa] os seus autores vão para a prisão, e se não houve, porque alguém mentiu, quem o fez pagará as consequências”, acrescentou Salvini, também líder do Liga, o partido da extrema-direita italiana que integra o Executivo.
De acordo com os ‘media’ transalpinos, a tripulação do Vos Thalassa foi forçada, após receber ameaças, a encerrar-se na sala de controlo do navio e apelou à ajuda do centro de socorros marítimos localizado em Roma, para solucionar a situação.
No cargo ministerial desde 01 de junho, Salvini, que pretende terminar com o afluxo de migrantes às costas italianas, decidiu há um mês proibir o acesso aos portos italianos às ONG que prestam auxílio aos migrantes no Mediterrâneo, uma posição que assinala a nova linha dura da Itália nas questões migratórias.
O responsável pelo Interior pretende ainda alargar esta proibição aos navios das missões internacionais no Mediterrâneo, e quando a Itália defende que a gestão dos fluxos migratórios deverá ser efetuada em partilha com a União Europeia.
O caso do Diciotti fez regressar as divergências na coligação governamental, que integra a Liga de Matteo Salvini e o Movimento 5 Estrelas (M5s, anti-sistema) de Luigi Di Maio, cuja fação mais à esquerda se opõe ao encerramento dos portos italianos, em particular aos navios com pavilhão nacional.
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