Segundo o seu gabinete, Raab vai reunir-se em Helsínquia com os ministros dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian, e alemão, Heiko Maas, e com a Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Segurança, Federica Mogherini, à margem da reunião informal de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (‘Gymnich’).
O ministro britânico pretende reiterar o compromisso do Reino Unido em salvaguardar o acordo nuclear com o Irão para impedir o desenvolvimento de armas nucleares, no qual os EUA optaram por não participar.
“As nossas discussões vão desenvolver o avanço das negociações positivas durante o G7 sobre o Irão, à medida que procuramos diminuir as tensões. O acordo nuclear é o único acordo sobre a mesa que impede o Irão de obter armas nucleares e vamos continuar a trabalhar juntos para incentivar o Irão a manter o acordo na íntegra”, disse Raab, citado num comunicado.
O governo britânico pretende angariar apoio internacional para reduzir a ameaça sobre o transporte marítimo no estreito de Ormuz, onde o Irão apresou em meados de julho um petroleiro sueco com pavilhão britânico, o “Stena Impero”, em retaliação contra a apreensão do petroleiro iraniano “Grace 1″ pelas autoridades britânicas ao largo de Gibraltar.
Na quinta-feira, Federica Mogherini também falou do interesse da União Europeia (UE) em garantir a segurança e evitar tensões no estreito de Ormuz, no Golfo.
“Obviamente, temos todo o interesse em, primeiro que tudo, garantir a segurança e a estabilidade nas rotas marítimas mais próximas, o que inclui o estreito de Ormuz, e isso é claro, mas também temos interesse numa abordagem que evite a escalada de tensões e numa dinâmica colaborativa entre as partes daquela região”, declarou Federica Mogherini, à chegada à reunião informal dos ministros da Defesa da UE, na mesma cidade.
O estreito de Ormuz é um ponto de passagem estratégico para o comércio mundial de petróleo onde, em 2018, circularam diariamente cerca de 21 milhões de barris de petróleo, segundo a Agência de Energia norte-americana (EIA), o que representa cerca de 21% do consumo mundial daquele hidrocarboneto e um terço do que transita por via marítima no mundo.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) britânico adiantou que Dominic Raab pretende abordar na mesma reunião a situação em Hong Kong, onde desde junho se têm registado protestos populares contra a administração chinesa que resultaram em confrontos com a polícia.
O movimento pró-democracia reivindica a retirada definitiva das emendas à lei da extradição, a libertação dos manifestantes detidos, que as ações dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial, a demissão da chefe do Governo, Carrie Lam, e sufrágio universal nas eleições para chefe do Executivo e para o Conselho Legislativo (parlamento local).
“O Reino Unido continua a acreditar que o caminho a seguir é através de um diálogo pacífico e construtivo que respeite o alto grau de autonomia de Hong Kong”, enfatiza o comunicado do MNE britânico.
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