“A Minusma antecipou a sua retirada de Ber devido à degradação da segurança na zona e aos riscos elevados que isso representa para os nossos Capacetes Azuis”, de acordo com uma publicação na plataforma X (antigo Twitter) citada pela AFP.

A missão exortou “os diferentes interessados a abster-se de qualquer ato que possa complicar ainda mais a operação”, sem dar mais detalhes.

O “campo 3” em Ber, que a missão da ONU ocupava, está atualmente sob controlo das Forças Armadas do Mali (FAM), disseram à agência EFE fontes da Minusma que assinalaram que a retirada foi feita em coordenação entre as duas partes.

Outras fontes locais disseram à EFE que o exército do Mali fez hoje patrulhas aéreas em Ber e em Tombuctu, nas quais participaram também “instrutores russos”.

A Minusma, que está há 10 anos no país africano, começou a abandonar as suas posições depois de em junho o Governo transitório maliano, liderado por uma junta militar, pedir a sua retirada “imediata”, solicitação que foi aprovada posteriormente pelo Conselho de Segurança da ONU.

A retirada antecipada da Minusma de Ber, que deveria ter lugar em 15 de agosto, ocorreu num contexto de aumento da tensão entre o exército do Mali e a Coordenação dos Movimentos do Azawad (CMA), antiga rebelião.

No sábado, a CMA acusou o exército do país e os aliados do grupo de mercenários russos Wagner de atacar no dia anterior as suas posições em Ber.

A junta militar no poder no Mali desde 2020 afastou-se da França para se virar política e militarmente para a Rússia, embora negue a presença do grupo de mercenários russos Wagner e fale de instrutores do exército russo destacados em nome da cooperação entre Estados.