“É melhor melhorar do que piorar, mas não está a chegar à vida das pessoas, que olham para esses números e não veem um reflexo na sua vida. No país real, no país das pessoas, há baixos salários, dificuldades em pagar as contas mais essenciais e também uma grande dificuldade na retenção, nomeadamente dos jovens, que são a mão de obra mais qualificada que temos”, afirmou Luís Montenegro, à margem de um encontro com jovens do Politécnico de Leiria.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em alta o crescimento da economia de Portugal de 1% para 2,6%, mas recomendou ao Governo que aposte em “medidas para aumentar o desempenho das receitas de forma sustentada e melhorar a composição e a eficiência da despesa”.

“As reformas fiscais devem ir no sentido de eliminar distorções, reverter taxas de IVA reduzidas e racionalizar despesas fiscais. Modernizar o sistema tributário, incluindo a digitalização da administração tributária, melhoraria a eficiência fiscal. Impostos mais elevados sobre o património aumentariam a receita e ajudariam a aliviar as pressões sobre os preços das casas”, referiu.

Luís Montenegro afirmou que existem “constrangimentos no mercado de habitação em Portugal, e em particular o de não haver medidas que possam atenuar os efeitos do aumento das taxas de juro”.

“Temos hoje muitas famílias, muitos jovens, que estão a ter aumentos muito significativos das suas prestações de crédito à habitação e cabe ao Estado encontrar soluções, que podem passar pela renegociação dos contratos ou pelo aumento das maturidades. temos apresentado várias soluções no Parlamento, continuaremos a fazê-lo. A verdade é que no dia a dia essas soluções não estão a chegar à vida dos jovens portugueses”, reforçou.