Montenegro reagiu hoje à crise política, afirmando perentoriamente que "o Governo perdeu o norte e está em agonia, por sua culpa exclusiva". O líder do PSD colocou-se na linha da frente para ser a cara "da esperança, de futuro e de valores" que " Portugal precisa".

Montenegro começou o discurso dizendo que  “António Costa e o seu Governo traíram a confiança que lhes foi dada pelos portugueses”. Acusa o Primeiro-Ministro de ter tido "o canto do cisne" e de ter ensaiado "uma fuga para a frente para ver se provoca eleições antecipadas sem ter coragem de o dizer.”

Aponta o dedo ao "Primeiro-Ministro que enchia a boca com estabilidade", diz que tanto o Primeiro-Ministro como o Ministro mostraram não saber assumir "responsabilidade política". Diz que este é o exemplo de "colapso institucional", uma vez que "o Primeiro-Ministro e o PS se mostram incapazes de suster os casos de abuso de poder, de imaturidade e informalidade política, de negligência e partidarização, de simples incompetência." Para isso mostra-se como alternativa, "comigo e com o PSD, Portugal terá um Primeiro-Ministro e um Governo totalmente diferentes. Com sentido de Estado e com respeito pelas instituições, capaz de por em marcha uma vaga reformista que nos leve ao crescimento, e trave o empobrecimento. Que nos ponha outra vez no pelotão da frente da Europa".

A partir da sede do PSD, garante que será "um Primeiro-Ministro livre, pronto para enfrentar interesses instalados e para combater privilégios injustificados. E serei um Primeiro-Ministro em consequência de uma vitória nas eleições, realizem-se elas quando se realizarem. Estamos serenos e sem pressas. Mas sinto que Portugal tem cada vez menos a perder.” Põe-se na linha da frente por acreditar que o atual Primeiro-Ministro se mostrou "incapaz de reter o casos de abuso de poder, negligencia, maturidade e incompetência".
Acrescentou ainda que António Costa anda "entretido em guerras partidárias caseiras, não tem nem tempo nem disposição nem vontade de governar o país". Dizendo que esse não tem "motivação", nem "programa". E que se "refugia numa guerra de palácios, e quer dissolver ele próprio a sua liderança, e a sua autoridade política lançando o pais para um conflito institucional".
Mas garante que o seu partido não apresentará uma moção de censura, e que respeitará a vontade do Presidente da República. Apenas se quer mostrar disponível para a liderança que "Portugal precisa", "uma liderança arrojada, moderna, com autoridade moral e ética para motivar e mobilizar". Acrescenta que "Portugal não precisa desta ligeireza, desta leviandade, desta falta de princípios", "este perfil de Primeiro-Ministro não interessa a Portugal".