Sem mencionar nomes, Luís Montenegro aproveitou um discurso no púlpito na inauguração do Pavilhão Multiusos da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Peniche, para deixar um recado implícito e dirigido, pelo menos, ao presidente do Chega, André Ventura.
“Tantos tentam distrair a opinião pública e publicada com questões menores, que não interessam a ninguém a não ser aos próprios e mesmo assim o tempo dirá que é no seu próprio prejuízo e na sua própria descredibilização”, criticou.
Nestes dias, acrescentou, em que “enquanto uns se distraem com aquilo que é completamento lateral e menor, o Governo mantém-se firme e empenhado em resolver os problemas das pessoas”.
“É o que vai fazer nos próximos dias, nas próximas semanas e, como o senhor presidente da Câmara antecipou, nos próximos anos”, disse.
Na passada quinta-feira, em entrevista à TVI, o líder do Chega, André Ventura, alegou ter tido várias reuniões com o primeiro-ministro que não foram divulgadas à comunicação social com vista a um acordo sobre o Orçamento do Estado para 2025, que incluía a possibilidade de o partido vir integrar o Governo, num “contexto político diferente”.
Nesse dia, o primeiro-ministro assegurou, através da rede social X, que “nunca o Governo propôs um acordo ao Chega”, e acusou André Ventura de mentir.
“Nunca o Governo propôs um acordo ao Chega. O que acaba de ser dito pelo Presidente desse partido é simplesmente mentira. É grave mas não passa de Mentira e Desespero”, disse, sem voltar ao tema sempre que foi questionado em público.
Nos últimos dias, a acusação voltaria a ser repetida por André Ventura.
No sábado, num comício em Vila Nova de Famalicão (Braga), o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, afirmou que a direita em Portugal “não é de confiança”, classificando como “uma vergonha” que os líderes do PSD e do Chega se acusem mutuamente de mentir.
“Não sabemos quem mente, não vamos dirimir essa disputa. Mas para dizer ‘André, nós não confiámos em vocês e, portanto, não vamos negociar convosco’, bastava uma reunião”, disse Pedro Nuno Santos.
Para o líder socialista, esta é uma questão que precisa de ser clarificada, para os portugueses ficarem com a certeza de que “a palavra do primeiro-ministro é para levar a sério”.
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