"Foco nas questões que são de todos, a pensar em cada um. Foco centrado, sobretudo, na nossa responsabilidade e não num jogo de passa culpas. E esperança de que somos nós que temos de construir o futuro. Disse ontem e digo hoje: estamos de olhos postos no futuro. O essencial da nossa energia é gasto a olhar para a frente", começou por afirmar Luís Montenegro.

"Algo essencial à nossa vida, a gestão de um recurso como a água. Vamos assinar um acordo histórico com Espanha. Vamos garantir caudais mínimos no Rio Tejo e o pagamento da água do Alqueva, após utilização pelos espanhóis. E a partir daqui temos um grande projeto: "A Água que Une", lançou Montenegro.

"No domínio da segurança, queremos reforçar a proximidade e a visibilidade de polícias na rua e no incrementar de sistemas de videovigilância. Vamos criar equipas multi-forças que vão integrar a PJ, a PSP, a GNR, a ASAE, o ACT e a Autoridade Tributária sobre a articulação da Administração Interna para combater o tráfico de droga, de abusos humanos e imigração ilegal", explicou.

"Em terceiro, a violência doméstica. Vamos duplicar o valor do apoio para a autonomização das vítimas deste crime. Vamos investir mais 25 milhões de euros e vamos garantir que as mulheres que são acolhidas em casas de abrigo terão acesso imediato aos cuidados de saúde", afirmou.

"Em quarto lugar, a nível da coesão territorial. Estamos em Braga e normalmente as intervenções políticas mais importantes fazem-se em Lisboa, numa perspectiva de valorizar e fomentar a qualidade de vida nos territórios de baixa densidade. Mas é preciso não esquecer os territórios de alta densidade, que aparentam ter melhor qualidade de vida, mas têm pessoas que passam dificuldades extremas. Assim, de Braga a olhar para o país, vamos lançar um projeto de reabilitação da Área Metropolitana de Lisboa". Assim sendo, para Montenegro "queremos uma grande polis com duas margens que não seja tão contrastante nas duas margens do rio Tejo. Chamar-se-á Parque Humberto Delgado e serve para criar sinergia para dar qualidade de vida, horizonte de capacidade económica e serviços públicos", explicou.

"Na educação queremos garantir a universalidade ao acesso ao ensino pré-escolar. Vamos olhar para o interesse das crianças e não para os bloqueios ideológicos. O primeiro ciclo de ensino deve ser dos 0 aos seis anos de idade. Vamos rever os programas do ensino básico e secundário, incluíndo a disciplina de cidadania, pois queremos a libertação da disciplina de cidadania de projetos ideológicos”.

"Na saúde, em sexto lugar, temos uma medida muito relevante: vamos dar a 150 mil doentes a possibilidade de receberem os medicamentos na sua farmácia, ao invés de terem de fazer muito quilómetros para os receberem no hospital"

"Na emigração, vamos construir centros temporários em Lisboa e no Porto. Ao mesmo tempo, vamos ter um programa de captação de talento para empresas e instituições de ensino superior estrangeiro", explicou Montenegro.

À sessão de encerramento assistiram o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, segunda figura da hierarquia do Estado Português e antigo ministro da Justiça e da Defesa de executivos sociais-democratas.

Todos os partidos com assento parlamentar vão estar no encerramento do 42.º Congresso do PSD, com exceção do Bloco de Esquerda, e o CDS-PP – parceiro de coligação do PSD no Governo – a ser o único representado pelo líder, Nuno Melo.

A delegação do PS foi encabeçada pela líder parlamentar Alexandra Leitão, a do Chega pelo deputado e presidente da distrital de Braga Filipe Melo, e a da IL pela eurodeputada e vice-presidente do partido, Ana Martins.

Do PCP, presente o membro da Comissão Política Belmiro Magalhães e, pelo Livre, estiveram os dirigentes do núcleo do Porto Hélder Sousa e Gisela Leal. Já o PAN teve como representantes os membros da Comissão Política Nacional Sandra Pimenta e Hugo Alexandre Trindade.

No Fórum Braga, discursaram no sábado vários ministros do XXIV Governo Constitucional e marcaram presença os antigos presidentes do PSD Marques Mendes e Pedro Santana Lopes, num dia em que Montenegro anunciou que Sebastião Bugalho, que encabeçou a lista da AD às últimas europeias como independente, se tornou militante social-democrata.

A moção de estratégia global de Luís Montenegro foi aprovada por unanimidade e todas as 12 propostas temáticas foram também aprovadas na reta final do primeiro dia de trabalhos.