Os temas da segurança e qualidade de vida noturna na capital foram debatidos na Assembleia Municipal, por proposta dos eleitos do PSD, após as agressões testemunhadas junto à discoteca Urban Beach, em Santos.
A abrir o debate, o presidente da Associação de Comerciantes do Cais do Sodré defendeu ser necessário mais policiamento, apontando que a "exigência de segurança na noite é deixada para segundo plano".
Como exemplo, Gonçalo Riscado falou numa dicotomia entre o número de agentes que estão presentes num jogo de futebol e nas zonas de entretenimento noturno.
Na sua opinião, a segurança privada poderia constituir "uns olhos importantes para direcionar as forças policiais para onde são necessárias", mas os seguranças teriam "de ter formação específica para trabalhar" com os agentes.
Em resposta, o presidente da Associação das Empresas de Segurança, Rogério Alves, advogou ser necessário "não confundir as funções da segurança privada com as de segurança pública".
Também Vigília da Assunção Lopes, que falou em nome dos moradores da Freguesia da Misericórdia, pediu o aumento do policiamento, alegando que as pessoas "têm medo".
"É muito importante que haja mais policiamento. Às vezes parece que a polícia nunca aparece quando se chama, mas quando aparece as coisas acalmam, e torna-se mais seguro", acrescentou.
Esta opinião é partilhada pela Associação de Moradores do Bairro Alto. O presidente, Luís Paisana, interveio no debate para pedir mais polícias na rua, uma vez que a presença dos agentes dissuade os criminosos.
A par do aumento do policiamento, o responsável advogou também ser necessária "mais fiscalização" aos estabelecimentos por parte da Câmara Municipal e da ASAE.
Em resposta às considerações, o comandante da Primeira Divisão do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP (Cometlis) mostrou-se "sensível às questões colocadas e consciente" das mesmas, mas apontou que é necessário "priorizar as situações" que vão sendo reportadas.
A primeira divisão, responsável pelas freguesias de Arroios, Misericórdia, Santa Maria Maior e Santo António "é claramente a zona da cidade que não dorme", principalmente devido ao turismo, às zonas de diversão noturna e ao facto de a baixa ser "palco dos mais variados eventos e momentos", explicou.
Segundo Paulo Flor, existem "400 polícias que fazem a gestão das quatro freguesias e destes eventos".
"Temos consciência de que muitas vezes não somos tão céleres como gostaríamos", admitiu.
O comandante salientou que "muitos dos problemas levantados não são exclusivamente de polícia", mas sim de índole social ou legal.
Por seu turno, o comandante da Polícia Municipal adiantou que esta força de segurança conta com "600 efetivos para toda a área do município", mas "com competências do ponto de vista policial, administrativas", como a fiscalização municipal e a regulação do trânsito.
"A segurança pública é competência da PSP", salientou Paulo Caldas, acrescentando que ainda assim "há uma troca de informação permanente", e nalgumas zonas mais problemáticas, também "uma ação conjunta" entre "duas dimensões de polícia que cooperam e se complementam".
No período aberto às intervenções do público, foram vários aqueles que se queixaram de insegurança devido ao tráfico de droga e a comportamentos de risco.
Um dos intervenientes propôs mesmo que "entre quinta e sábado o policiamento da cidade fosse reforçado pelo corpo de intervenção" da PSP.
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