Pouco mais de dois meses após ter encerrado, no dia 15 de março, o Mosteiro de Santa Maria da Vitória, também conhecido como Mosteiro da Batalha, vai reabrir ao público na próxima segunda-feira, dia 18 de maio, dia internacional dos museus.

O monumento Património da Humanidade da UNESCO passa a operar no horário normal de verão, das 9h00 às 18h30, com última entrada às 18h00, mas com novas regras de funcionamento devido ao combate à pandemia provocada pelo novo coronavírus. Assim, os visitantes do mosteiro não poderão estender a sua visita para além de uma hora e serão obrigados a utilizar máscara.

Dentro do mosteiro, haverá espaços onde a permanência de um certo número de pessoas em simultâneo será limitado, como é o caso da Sala do Capítulo onde está o túmulo do Soldado Desconhecido e onde ocorre o render da guarda que atrai a curiosidade de vários turistas. O render, que acontece de hora a hora, passa apenas a poder ter 15 pessoas a assistir, cada uma num lugar previamente marcado.

“Chegavam a estar mais de cem visitantes a presenciar o render da guarda de honra ao túmulo do Soldado Desconhecido” - que está suspenso e que só voltará acontecer a partir de um de junho. Nas Capelas Imperfeitas, a lotação estará limitada a 30 visitantes, na loja a quatro e o Museu da Liga dos Combatentes a 11.

Os únicos locais do monumento sem qualquer limitação de número de pessoas, mas onde imperam as boas práticas de distanciamento social, são a igreja e os claustros.

Segundo Joaquim Ruivo, o facto de o monumento ter sempre permitido aos turistas um percurso “muito linear e não cruzado” apresenta-se agora “em seu benefício”, pelo que as limitações ao circuito habitual de visita “não serão muito significativas”.

O diretor realçou, numa entrevista à agência Lusa, que os espaços utilizados pelos visitantes são, sobretudo, “abertos e amplos”, como na igreja, nos claustros e nas Capelas Imperfeitas. “Isso favorece a medida de distanciamento entre visitantes”.

O Mosteiro da Batalha funcionará, no restante, sem redução ou limitação do número de funcionários ou escalas de serviço. Suspenso para já continua o serviço educativo, que inclui visitas encenadas ao museu, e as excursões das escolas. De volta à igreja estará o culto religioso.

O diretor do terceiro monumento mais visitado do país, dos que estão sob alçada da Direção Geral do Património Cultural, acredita que as limitações criadas são “relativas”, porque não é expectável uma afluência comparável à anterior à pandemia de Covid-19.

“Os circuitos turísticos internacionais estão paralisados e o afluxo de visitantes será muito menor”, frisa Joaquim Ruivo.

Este será, por isso, um momento para incentivar o turismo nacional, sobretudo aos fins de semana, porque a população está “saturada de um confinamento demorado”.

“Quem sabe esta é uma boa oportunidade dos visitantes nacionais irem aos seus monumentos e museus, dando razão ao princípio de que uma crise é também uma oportunidade”.

Em todo o caso, está comprometida a afluência elevada que o Mosteiro da Batalha tem conhecidos nos últimos anos.

“Todas estas ‘imposições’ são novas e se elas tiverem que permanecer por muito mais tempo, não será possível acolher quase meio milhão de visitantes como até aqui”, conclui.

*com agência Lusa