Em declarações à agência Lusa, Ossanda Liber, uma das fundadoras do movimento, traçou as linhas gerais e os objetivos da Nova Direita, no dia em que foram entregues no Tribunal Constitucional 7.600 assinaturas para a formalização do partido.
A antiga vice-presidente do Aliança defendeu que este é um partido que pretende ocupar um espaço à direita que nenhum partido ocupa atualmente e que tem como meta “fazer renascer” uma direita que “já existiu”.
“É uma direita que não tem nenhum problema em se afirmar como conservadora, como conservadora daquilo que são as tradições, os valores dos portugueses, como conservadora do nosso modo de vida, e que nós queremos obviamente manter”, disse.
Ossanda Liber acusou o PSD de uma “elasticidade tão grande que não dá segurança aos eleitores” e, sobre o Chega, apesar de reconhecer “todo o mérito” e referir que “os partidos não têm tudo de errado”, apontou “alguma dificuldade em trazer soluções” aos problemas que identifica.
“Nós somos a direita que dá soluções, a direita das ideias. Estamos preparados para nos bater por aquilo que a direita acredita e ir até ao fim para fazer prevalecer as nossas ideias. É exatamente isso que nós sentimos falta neste momento para que as pessoas voltem a acreditar na direita”, acrescentou.
O movimento espera ter o processo de formalização regularizado nas próximas eleições europeias, que decorrem em 2024 e já tem, inclusive, agendado o início das ações de campanha.
Para a fundadora, será uma “grande bênção” começar a atividade eleitoral do partido pelas europeias, uma vez que acreditam “que muitas das reformas que são necessárias para mudar Portugal” partem da Europa.
A Nova Direita assume-se como um partido “muito orgulhoso de ser português” e “muito orgulhoso” da história do país e da sua “dimensão enquanto pátria” que, acrescenta, “não se fica só por Portugal, por um território português”, mas que é representada também “por toda a lusofonia”.
Ossanda Liber diz que a mobilização pela recolha de assinatura decorreu durante seis meses e que, apesar de continuarem a chegar mais assinaturas, houve alguns obstáculos no processo, entre os quais a “falta de crença política que reina junto dos portugueses”.
“Há sempre uma em que cada três que resiste e que não assina porque não acredita, porque considera que já foi demasiado enganado e que a política não ajuda a resolver os problemas que têm na sua vida. Isto por um lado torna o trabalho mais difícil, por outro é aquilo que precisamos de saber”, referiu.
Sobre o Aliança, Ossanda Liber não quis individualizar as críticas, mas referiu que este era mais um partido que refletia “o estado de descaracterização em que se encontra a direita no geral”. E acrescentou, em relação aos partidos da direita parlamentar, que estes são “ou demasiado condescendentes face àquilo que são os valores intrínsecos da direita, ou são demasiado populistas e acabam por não ir à essência daquilo que são os problemas dos portugueses”.
Ossanda Liber tem no histórico uma candidatura, como independente, à Câmara Municipal de Lisboa nas eleições autárquicas de 2021 à frente do movimento Somos Todos Lisboa e encara agora este novo projeto com os objetivos de “fazer crescer o partido” e “convencer as pessoas, mobilizar”, o que, não sendo fácil, é um processo motivado pelo “sentido patriótico”.
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