A juíza acedeu ao pedido, que já havia sido feito pela defesa da antiga eurodeputada, ficando a continuação do julgamento pendente da receção dos documentos pedidos.
O advogado de Ana Gomes, Francisco Teixeira da Mota, disse que é importante ver esclarecida “toda esta questão”.
Por seu lado, o advogado de Mário Ferreira, Tiago Félix da Costa, assumiu que o empresário está disponível para entregar qualquer documentação que o tribunal considere pertinente recordando, contudo, que o mesmo não está a ser julgado.
A 18 de fevereiro, a antiga eurodeputada começou a ser julgada no Tribunal do Bolhão, no Porto, por difamação agravada a Mário Ferreira, na sequência de um longo contencioso entre ambos.
Em causa estão considerações sobre o empresário do grupo Mystic Invest/Douro Azul e da TVI, produzidas pela ex-eurodeputada na estação de televisão SIC Notícias e na rede social Twitter, na sequência de investigações e buscas relacionadas com a subconcessão do Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) e de negócios de navios.
Reagindo a um ‘tweet’ do primeiro-ministro, António Costa, após participar em 07 de abril de 2019 no batismo do MS World Explorer (paquete construído nos ENVC por iniciativa do grupo Mystic Invest), a também ex-candidata presidencial Ana Gomes lamentou que o chefe do Governo tratasse como grande empresário um “notório escroque/criminoso fiscal”, além de classificar a venda do ‘ferryboat’ Atlântida como “uma vigarice”.
À saída do tribunal, Ana Gomes afirmou manter as suas convicções, assim como as ter reforçado “pelos últimos desenvolvimentos”, referindo-se às buscas realizadas pelo Ministério Público e a Autoridade Tributária às empresas de Mário Ferreira, numa investigação sobre a venda de um ferry (navio Atlântida) a uma sociedade com sede em Malta.
“Eu mantenho as minhas convicções e, sim, estão reforçadas pelos últimos desenvolvimentos que são de conhecimento público [buscas]”, afirmou aos jornalistas.
E acrescentou: “há mesmo outros elementos que até não foram aqui hoje evocados, como seja o pedido e depois a desistência do empréstimo do Banco de Fomento que concorrem para reforçar a minha convicção de que estamos aqui perante um conjunto de trapaças”.
A ex-diplomata referia-se ao facto do grupo Pluris, do qual Mário Ferreira é acionista principal, ter prescindido do empréstimo de 40 milhões de euros concedidos pelo Banco Português de Fomento, optando por realizar um aumento de capital com fundos próprios.
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