“É importante tentar fazer com que qualquer pessoa que tenha sofrido uma lesão como resultado da sua participação no Campeonato do Mundo seja de alguma forma compensada”, justificou o vice-secretário-geral, Alasdair Bell.
As declarações ocorreram durante uma audiência no Conselho da Europa sobre a proteção dos direitos dos trabalhadores no Qatar.
“Não é a coisa mais fácil de configurar, é preciso pensar. Requer estrutura, regras e governança, mas, definitivamente, é algo que queremos avançar”, sublinhou o dirigente.
No início de outubro, a Federação Francesa de Futebol (FFF) anunciou que estava a trabalhar com várias outras federações num fundo de indemnizações para as vítimas de acidentes de trabalho nos estádios afetos ao Mundial2022.
“Conversámos com uma dezena de federações para trabalhar num conjunto de propostas (…), como a criação de um centro de acolhimento para trabalhadores migrantes que faria parte do legado da Copa do Qatar (…) e de um fundo de indemnização para todos aqueles que foram vítimas de acidentes de trabalho durante as obras do mundial”, explicou o vice-presidente da FFF, Philippe Diallo.
Várias organizações de direitos humanos têm vindo a fazer este tipo de propostas, tendo desafiado vários patrocinadores do evento a apoiar a iniciativa.
Depois de pressões internacionais, o Qatar implementou sistemas de compensação de trabalhadores, porém, e de acordo com a Amnistia Internacional, essas medidas têm sido lentas e não beneficiam todos.
Diversas ONG têm aplaudido algumas reformas sociais adotadas pelas autoridades do Qatar, contudo, apontam ainda bastantes deficiências na proteção dos trabalhadores, bem como um problema recorrente de salários por pagar.
Já as autoridades do Qatar refutam as críticas à sua inação em relação aos direitos dos trabalhadores, recordando a introdução de um salário mínimo, o relaxamento da dependência destes em relação aos seus empregadores e a imposição de regras de proteção mais rigorosas durante os verões muito quentes.
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