Depois de mais de uma semana no mar e de os migrantes e refugiados terem sido distribuídos por diversas embarcações, o “Aquarius” atracou hoje no porto espanhol de Valência, tal como os barcos italianos pelos quais foram dispersos os migrantes recolhidos na costa da Líbia.
“Estamos muito agradecidos por esta árdua experiência ter terminado, mas este acontecimento nunca deveria ter ocorrido”, disse o alto comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para os refugiados, Filippo Grandi, citado num comunicado.
“O princípio do resgate no mar é suficientemente importante para não o pormos em risco e qualquer dúvida sobre os desembarques pode significar um perigo não só para os refugiados e migrantes, mas também para qualquer pessoa que esteja em risco no mar”, advertiu.
A Itália e Malta recusaram que o “Aquarius” atracasse nos seus territórios.
Grandi disse ainda estar à disposição das autoridades espanholas para ajudar nos trabalhos de levantamento das necessidades dos migrantes e refugiados, identificar quais os que podem estar em situação de risco e quais as pessoas que necessitam de proteção internacional.
O ACNUR defende que os desembarques previsíveis que tenham a ver com o salvamento marítimo, bem como os momentos posteriores, têm de ser acompanhados pela criação de mecanismos adequados de repartição de responsabilidades.
No seu entender, “os países que estão sozinhos e têm de fazer a gestão, tramitação e seguimento do processo não devem ser penalizados”.
Os primeiros dos 629 migrantes socorridos pelo navio “Aquarius”, da organização não-governamental SOS Mediterranée, chegaram hoje ao porto de Valência, em Espanha, depois de oito dias de travessia do Mediterrâneo e a rejeição de Itália e de Malta em receber estas pessoas.
Face ao impasse, Espanha ofereceu-se, no dia 11, para acolher os migrantes, tendo o Aquarius efetuado a viagem em direção a Valência escoltado por duas embarcações da Marinha italiana, com as quais repartiu os migrantes que se encontravam a bordo.
França irá também acolher migrantes do “Aquarius”, depois de uma análise à sua situação em Espanha, anunciou no sábado o Governo espanhol.
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