Em causa está uma publicação feita pelo partido espanhol de extrema-direita Vox na rede social Twitter, na terça-feira, por ocasião da comemoração do Dia de Espanha, com uma ilustração de um mapa-mundo com os territórios que pertenceram a Espanha durante o período colonial sinalizados a vermelho, entre eles Portugal, assim como Cabo Verde, Moçambique ou até a Guiné-Bissau.

“Não é a primeira vez que, infelizmente, esse partido espanhol decide fazer uma graça geográfica sobre a representação da Península Ibérica… Tem talento para manipulação de mapas e de apagar a existência autónoma de Portugal. É altura de dizer que não tem graça”, sustentou José Ribeiro e Castro, também ex-líder do CDS-PP, em declarações à agência Lusa.

O presidente desta sociedade aludiu a uma outra publicação feita pelo Vox em janeiro de 2020, em que, recorrendo novamente ao Twitter, publicou uma ilustração com a expressão “Espanha existe” por cima de um mapa de toda a Península Ibérica.

As declarações, sustentou Ribeiro e Castro, não são “propriamente uma ameaça”, já que o Vox “não tem envergadura” ou “importância para isso, mas é uma ofensa gratuita que é feita” ao país.

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“Consideramos que esse partido deve uma explicação e um pedido de desculpa a Portugal e aos portugueses pelo caráter gratuito da manipulação que foi feita com quebra do respeito da independência do nosso país”, completou, acrescentando que tem “todo o gosto” e dar lições de História ao Vox.

Na publicação feita na terça-feira, o Vox incluiu no 'tweet' “Espanha tem muito que celebrar e nada a arrepender-se”.

Ribeiro e Castro, que apenas falou na qualidade de presidente da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, foi questionado sobre um pedido de desculpa exigido pelo presidente do Chega, André Ventura, aquando de uma outra publicação feita pelo Vox em janeiro do ano passado naquela rede social, também considerada ofensiva para Portugal.

Em relação ao Vox, apesar de não querer intrometer-se na política do país vizinho, Ribeiro e Castro deixou o “desejo de que este partido baixe cada vez mais” nas urnas, já que não traduz a relação entre os dois países da Península Ibérica, e “seja até reduzido à insignificância”.