“Não há guerra nenhuma relativamente à água. Há sim, da parte de Portugal e de Espanha, trabalho conjunto e permanente (…) e aquilo que é uma compreensão relativamente a um ano particularmente difícil do lado de cá e do lado de lá”, disse o governante em Manteigas, no distrito da Guarda, à margem de uma visita a obras de estabilização de emergência na serra da Estrela e de uma reunião com autarcas da área afetada pelo incêndio de agosto.
Durante Cordeiro referiu que, no tocante ao assunto da água, os Governos dos dois países vão privilegiar “a comunicação conjunta” e “o contacto conjunto”.
“Nós temos estado em contacto com Espanha, relativamente àquilo que são as responsabilidades que ambos os países têm relativamente a compromissos internacionais que assumem e vamos, naturalmente, como sempre o fizemos, respeitar aquilo que são os compromissos internacionais. E, obviamente, acreditamos que Espanha tem do seu lado, também, o respeito pelos compromissos internacionais que assume”, declarou.
Referiu, ainda, que “qualquer situação que diga respeito à compreensão de problemas que estejam a ser vividos, têm que ser, naturalmente, dialogados, conversados e discutidos entre os dois países”.
“É isso que nós vamos continuar a fazer”, afirmou, assumindo que a seca é um problema estrutural e o Governo irá “continuar a privilegiar o diálogo, que é a forma correta de resolver os problemas”.
No dia 22, a delegada do Governo central espanhol na região autónoma de Castela e Leão, Virgínia Barcones, disse que Espanha vai manter a passagem de água dos rios para Portugal e respeitar os caudais acordados bilateralmente.
"Espanha é um estado sério que cumpre os acordos internacionais que assina", assegurou Virgínia Barcones, em resposta a questões dos jornalistas na cidade espanhola de León, citada pela agência de notícias EFE.
A representante do Governo central espanhol na região autónoma de Castela e Leão, que faz fronteira com os distritos de Bragança e da Guarda, acrescentou que, em Portugal, o destino da água de rios partilhados pelos dois países "tem as mesmas restrições por causa da seca do que em Espanha".
O ministro do Ambiente e da Ação Climática também lembrou que foi hoje publicada uma resolução do Conselho de Ministros que determina que, a partir de 01 de outubro, ocorra uma suspensão temporária nos recursos hídricos de 15 albufeiras, “até que sejam alcançadas as cotas mínimas da sua capacidade útil que venham a ser estabelecidas”.
“Isso é feito como uma reserva para o período que nós vamos viver nos próximos meses, para garantir a segurança no abastecimento de energia”, explicou Duarte Cordeiro.
A medida do Governo insere-se no contexto do reforço das medidas de segurança energética e foi adotada “para acrescentar um nível de caudal para reforçar a segurança energética do país”.
Comentários