O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, iniciou o seu discurso focando-se no tema da guerra nuclear, e afirmou que o século XX ensinou-nos a não utilizar armas de destruição em massa e a promover o desarmamento nuclear completo, sendo que a Rússia ainda possui estes recursos e “não tem o direito”.
Abordando o tema da crise na alimentação causada pela guerra, destacou que existem tratados contra armas no geral, mas não há restrições contra o uso de alimentos como arma.
“Desde o início da guerra em grande escala, os portos ucranianos foram bloqueados pela Rússia”, disse. “Os nossos portos no rio Danúbio continuam a ser alvo de mísseis e drones”.
Referiu também que a Rússia está a utilizar o fornecimento de alimentos para pressionar outros países a reconhecerem o território ucraniano capturado como russo, e agradeceu aos países que compraram cereais ucranianos por resistirem a esses esforços.
Passando ao tema das crianças ucranianas que foram levadas para a Rússia, referiu que no passado já aconteceu grupos terroristas raptarem crianças, mas na guerra da Ucrânia o rapto e a deportação de crianças ucranianas para a Rússia é a política do governo de Putin, algo nunca visto antes.
“Sabemos que existem dezenas de milhares de crianças que foram raptadas pela Rússia”, sublinhou, e disse ainda que "estamos a tentar trazer as crianças de volta para casa, mas o tempo passa".
"Essas crianças na Rússia são ensinadas a odiar a Ucrânia e todos os laços com as suas famílias são rompidos. Isto é claramente um genocídio", acrescentou.
Falou ainda sobre outras ameaças letais, além das armas nucleares. “Vemos cidades, vemos aldeias na Ucrânia destruídas pela artilharia russa”, disse. “Conhecemos os possíveis efeitos da propagação da guerra no ciberespaço”, avisou.
“Graças a Deus as pessoas ainda não aprenderam a usar o clima como arma”, continua, e listou vários desastres naturais recentes.
Quase no fim do discurso, referiu ainda que "não se pode confiar no mal, basta perguntar a Prigozhin", e comunicou à audiência a sua fórmula de paz que, segundo o chefe de Estado, acabará com a guerra na Ucrânia.
Terminou com uma mensagem de esperança de que a guerra da Rússia seja a última do mundo e disse a conhecida frase "Slava Ukraini" ("Glória à Ucrânia!", em tradução livre).
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