Numa pergunta dirigida a Maria da Graça Carvalho através da Assembleia da República, os deputados do PCP Paula Santos e Alfredo Maia anexam duas imagens em que, segundo dizem, se vê um navio elétrico da Transtejo a ser carregado com dois geradores a gasóleo numa doca de Cacilhas este mês.
Admitindo “perplexidade” com a situação, os deputados do PCP consideram que se trata do “retrato de uma certa política ambiental, que se esgota em decisões cujo principal impacto é na comunicação social e na propaganda”.
O PCP recorda que em 2020 foi lançado um concurso de aquisição de dez novos navios elétricos para a Transtejo, sendo que só um chegou equipado com baterias, “o que obrigou a um novo concurso para a aquisição de nove baterias de armazenamento de energia”.
O partido considera que, “se a opção tomada pelo Governo - e imposta à Transtejo - pela compra de navios com motores elétricos e baterias sempre pareceu, no mínimo, precipitada e arriscada”, as fotografias que anexa na pergunta suscitam novas questões, advertindo que “a história recente do país está recheada de exemplos de empresas públicas geridas com o único objetivo de privatizá-las custe o que custar”.
Alegando que os dois geradores que estão a carregar o navio elétrico na doca de Cacilhas são alugados, os deputados do PCP perguntam à ministra do Ambiente e da Energia “que contrato [de aluguer] foi realizado, por quanto tempo e qual o gasto mensal”.
Os deputados do PCP querem também saber quando é que se pode esperar que os navios elétricos da Transtejo comecem a entrar em operação, tendo em conta que já foram rececionados cinco navios e que estava inicialmente previsto que começassem a ser utilizados em abril.
O PCP questiona ainda “que explicações são dadas para a forma como os pontos de carga foram contratados e estão a ser instalados”, uma vez que é “preciso recorrer a geradores para carregar as baterias dos navios”.
“Todos os problemas que a empresa atualmente enfrenta, provocados pela opção tomada pelo Governo, poderiam ter sido evitados se esse Governo tivesse escutado os alertas dos trabalhadores da empresa. Está o Governo disponível a passar a adotar outra atitude com a Transtejo e os seus trabalhadores?”, pergunta ainda o PCP.
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