O empresário, que respondeu a 80 perguntas enviadas pela comissão parlamentar de inquérito à TAP, num documento a que a Lusa teve acesso, disse que não recebeu “indemnização de qualquer ordem”, acerca dos 55 milhões de euros que lhe foram pagos.
“Não sendo jurista gostava de clarificar que não recebi indemnização de qualquer ordem”, destacou, assegurando que os 55 milhões de euros que têm sido referidos “foram o preço negociado e pago pelo Estado à Atlantic Gateway por uma participação no capital da TAP SGPS, precisamente porque o Governo forçou uma saída”, que disse que não desejava e que foi “imposta”.
“Aceitei negociar a minha saída a partir do momento em que entendi que o Governo queria o controlo da empresa a todo o custo, justificando-se com a pandemia”, explicou.
David Neeleman assegurou que o Governo recusou “todas as demais hipóteses de escolha de outro caminho”.
O empresário disse ainda que o consórcio Atlantic Gateway “celebrou um acordo parassocial que lhe atribuía o direito a exercer uma opção de venda caso ocorressem determinados eventos”.
“É provável que sem o acordo para a minha saída se tivesse iniciado um litígio, desde logo porque a Parpública já tinha violado o acordo parassocial quando impediu o IPO e porque tínhamos proteções contratuais caso a empresa voltasse a ser pública”, acrescentou.
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