“Um grande vento de liberdade poderia ter-se levantado sobre o país. A escolha das urnas, que respeito, decidiu de outra maneira”, declarou Le Pen no discurso de derrota, no Pavilhão d’Armenonville, no nordeste de Paris.
A candidata da União Nacional afirmou que, “apesar de duas semanas de métodos desleais, brutais e violentos, semelhantes àqueles que os franceses aguentam no seu quotidiano”, as ideias que o seu partido representa “atingiram um pico nesta noite de eleições presidenciais”.
“Com mais de 43% dos votos, o resultado desta noite representa uma vitória esmagadora. Milhões de compatriotas escolheram a Reunião Nacional, o campo nacional e da mudança”, afirmou.
"Estamos mais determinados do que nunca. Não tenho ressentimentos nem rancores. Não vamos esquecer a França que foi esquecida. Estas ideias que representamos representam novos patamares. Nesta derrota, não posso deixar de sentir esperança", continuou.
Rejeitando as notícias que davam como certa a sua retirada da vida política caso perdesse estas eleições, Le Pen garantiu manter o seu "compromisso com a França e os franceses". Além disso, deixou já o tónico para o próximo embate político. "Daqui a algumas semanas, vão acontecer as eleições legislativas. Isto ainda não acabou. Declaramos aberta a batalha pelo parlamento", assegurou.
Na sala principal do pavilhão d’Armenonville, onde se encontram atualmente mais de 500 militantes e apoiantes de Marine Le Pen, ouviram-se assobios, apupos e muitos choros, mas também “Bravo, Marine”, quando, às 20:00 (19:00 de Lisboa) a cara de Emmanuel Macron surgiu nos três ecrãs televisivos que se encontram por detrás do palco onde a candidata do partido Reunião Nacional vai discursar.
Antes, à medida que os canais televisivos iam fazendo a contagem decrescente para o anúncio dos resultados, vários apoiantes colocaram as mãos na cara, alguns taparam os olhos, outros juntaram as mãos em sinal de reza. Quando faltavam apenas cinco segundos para o vencedor ser revelado, começaram a ouvir-se vários aplausos e gritos de “Marine, Marine, Marine”.
Após saber que a sua candidata tinha sido derrotada, um dos apoiantes, em prantos, disse à Lusa que está “desiludido pelo resultado”, que puseram fim a “oito meses de campanha muito intensa”.
Marine Le Pen apareceu ao telefone na varanda do Pavilhão d’Armenonville, por volta das 20:09, onde abraçou várias das suas pessoas mais próximas. Às 20:12, subiu ao palco.
O centrista Emmanuel Macron foi hoje reeleito Presidente de França, segundo as primeiras projeções de resultados.
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