Uma fonte oficial disse à agência de notícias Efe na quinta-feira que a Soraz, a WAPCO e a China National Petroleum Corporation (CNPC) foram acusadas de terem criado “de forma deliberada” a escassez de combustível.

A Sociedade da Refinaria de Zinder (Soraz), que gere a refinaria que opera na região de Zinder, na fronteira com a Nigéria, é detida a 60% pela empresa estatal chinesa CNPC, estando o restante nas mãos do Governo do Níger.

Uma outra empresa estatal chinesa, a WAPCO é responsável pela gestão do oleoduto de exportação do petróleo bruto do Níger, enquanto a CNPC opera diretamente os campos petrolíferos de Agadem.

A escassez de gasolina no Níger está a obrigar os condutores a enfrentarem longas filas nos postos de abastecimento de combustível do país sem garantia de conseguirem abastecer os veículos.

A Soraz fornece à petrolífera estatal do Níger, a Sonidep, entre 23 e 25 camiões de combustível por dia, um valor muito aquém das necessidades nacionais, estimadas em 38 camiões por dia, ou dois milhões de litros, disse um responsável da Sonidep à EFE.

“Apesar dos repetidos e insistentes pedidos de Sonidep para aumentar o número de camiões para 38, a Soraz manteve-se inflexível, movida apenas pelos seus próprios interesses comerciais em detrimento das necessidades fundamentais da população” do Níger, explicou a mesma fonte.

O responsável acusou as três empresas chinesas de violarem a legislação do Níger neste setor, que estabelece o objetivo de “garantir que os nigerinos beneficiam da riqueza nacional”.

O Níger começou a produzir petróleo em 2011 com uma capacidade de produção de 20 mil barris por dia, com sete mil barris destinados ao consumo local e o restante à exportação.

Com o aumento da produção de petróleo bruto, que atingiu os 110 mil barris, o petróleo bruto começou a ser exportado diretamente para o estrangeiro em 2024, através do porto de Sèmè, no vizinho Benim.