Recordando que o ozono é um poluente importante à superfície e atinge níveis elevados com forte calor e radiação solar, a ZERO refere que, de acordo com a legislação em vigor, há dois limiares de informação obrigatória à população: o limiar de informação ao público, quando se verifica um valor horário de ozono superior a 180 µg/m3; o limiar de alerta do público, quando se verifica um valor horário de ozono superior a 240 µg/m3.
Em comunicado, a ZERO — que recorreu aos dados da Agência Portuguesa do Ambiente, sublinhando tratar-se de dados provisórios — verificou que, “no período entre 1 e 7 de agosto, o limiar de informação foi ultrapassado 89 vezes, sendo que em 25 destas vezes de superou ainda o limiar de alerta”.
Neste quadro, “dois recordes foram atingidos” no sábado 4 de agosto, “o dia deste século com maior número de ultrapassagens ao limiar de alerta de ozono” e com o “valor horário mais elevado” de “concentração de ozono — 410 mg/m3 entre as 16 e as 17 horas”, na estação de qualidade do ar de Monte Velho (Santiago do Cacém).
Segundo a associação, também as partículas “atingiram valores muito elevados em todo o país”, por influência dos ventos do Norte de África e dos incêndios.
Apesar de considerar que “houve uma informação geral adequada emitida pelas autoridades e veiculada de forma relativamente satisfatória pelos órgãos de comunicação social”, a ZERO constatou que “as Comissões de Coordenação de Lisboa e Vale do Tejo e do Norte não efetuaram os avisos que são obrigatórios aquando das ultrapassagens aos limiares de informação e/ou alerta durante o [primeiro] fim de semana [de agosto]”.
As comissões mencionadas “não dispõem de serviços de alerta aos fins de semana”, uma “situação inadmissível”, denuncia a associação.
Simultaneamente, acrescenta a associação, “diversas estações de monitorização não disponibilizaram dados nos períodos críticos ou apresentaram dados que aparentemente não estavam corretos”.
Na opinião da ZERO, o incêndio em Monchique “teria beneficiado de uma informação mais acompanhada junto da população” sobre os níveis de partículas medidos.
A associação considera que, dado que as elevadas temperaturas serão cada vez mais prováveis, “é desejável que as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, de acordo com o previsto em legislação europeia e nacional, tenham planos de ação de curto prazo para tentar reduzir os níveis de ozono”.
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