“Nós esperamos que nas próximas duas semanas esta situação fique controlada, porque a crescer… Só para ter uma ideia, em 15 dias a procura cresceu cerca de 70%”, disse o responsável aos jornalistas, à porta do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
Daniel Ferro alertou que, “se a procura crescer mais 80 ou 90% nos próximos dias, não há capacidade no sistema”.
“É preciso, nesta altura, que esta situação estabilize e que estabilize mesmo”, vincou o responsável do centro hospitalar que abrange o Santa Maria e o Pulido Valente.
O responsável negou ainda a existência de uma situação de caos na sexta-feira no Hospital de Santa Maria, falando em “situações de pico”.
“Hoje os serviços têm capacidade de absorver a procura, mas há momentos em que essa procura, se for três vezes o que é nesta altura, ao mesmo tempo, isto naturalmente introduz congestionamento. Isso é normal numa altura de grande pressão”, disse.
O responsável disse também que se podem esperar picos “todos os dias” com a procura a aumentar diariamente, sendo “expectável” que aumentem nas próximas semanas.
Daniel Ferro garantiu também que, na sexta-feira, todos os utentes do hospital ficaram atendidos, não tendo sido necessário transportar doentes para outras unidades hospitalares.
O diretor hospitalar disse também que alguns recursos humanos não alocados à covid-19 estão a ser temporariamente transferidos para serviços associados à pandemia, para dar resposta aos picos.
O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, que tinha nas últimas 24 horas 201 internados com covid-19, 44 dos quais em unidade de cuidados intensivos (UCI), considera que não está a viver “uma situação de caos”.
Numa resposta enviada à agência Lusa, quando questionado sobre a fila de ambulâncias que na noite de sexta-feira se acumularam à porta da urgência, o Centro Hospitalar reconheceu a existência de uma “grande pressão assistencial”, afastando porém ter havido “uma situação de caos”, e adiantou o reforço da capacidade de resposta à covid-19.
“Perante a grande pressão na urgência dedicada a doentes respiratórios e nos internamentos, o Centro Hospitalar de Lisboa Norte alargou o plano de ‘contingência covid’, o que prova não só que não está em rotura”, como houve “capacidade de adaptação do seu plano às necessidades assistenciais”, informou fonte da administração, à agência Lusa.
“No âmbito da ‘urgência covid’, nas próximas horas, o hospital irá reforçar a capacidade de resposta desta urgência com uma segunda estrutura, junto à Urgência Central, com capacidade para cerca de 10 doentes, pelo que os atuais postos de atendimento/boxes/quartos da urgência autónoma passarão de 33 para 51 durante a próxima semana”, lê-se na mensagem do hospital.
No que respeita ao internamento, a “capacidade covid” em enfermaria passará das atuais 160 para 200 camas, “com a abertura, na sexta-feira última, de uma enfermaria com cerca de 20 camas e mais 20 camas noutra enfermaria, que começa a funcionar no início da semana”.
Ao nível dos cuidados intensivos, a capacidade atual de “internamento covid” contempla 48 camas, estando previstas, em caso de necessidade, mais 10 vagas em UCI num próximo passo, de acordo com a assessoria do conselho de administração deste centro hospitalar.
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