A atribuição do prémio foi justificada pela “inconfundível voz poética que, com beleza austera, torna universal a existência individual”.
No anúncio do prémio, o secretário permanente da Academia Sueca, Mats Malm, disse ter falado momentos antes com a laureada, que recebeu a notícia “com surpresa, mas bem-vinda”, tanto quanto foi possível perceber tendo em conta a hora.
Gluck, por publicar em Portugal, fez a sua estreia literária com “Firstborn”, em 1968, e foi “rapidamente aclamada como uma das mais proeminentes poetas na literatura contemporânea americana”.
Está representada na coletânea "Rosa do Mundo - 2001 Poemas para o Futuro", da Assírio & Alvim (2001), com o poema "O Poder de Circe".
O Nobel da Literatura, envolto em diversas polémicas nos últimos anos, tem um valor superior a 900 mil euros.
Numa lista de contemplados largamente masculina, Gluck torna-se na sétima mulher a ser distinguida este século e a 16.ª, desde o começo, entre as 117 pessoas a quem foi atribuido o Nobel da Literatura.
Após a controversa escolha de Bob Dylan, em 2016, a Academia Sueca foi apanhada pela agitação de um escândalo sexual e de crimes financeiros que a dividiu tanto que teve de adiar a atribuição do prémio de 2018, pela primeira vez em mais de 70 anos.
A polémica rebentou no final de 2017 com denúncias de 18 mulheres a um diário sueco, de que teriam sido vitimas de abuso sexual por parte do artista Jean-Claude Arnault, que foi condenado no final de 2018 a dois anos e meio de prisão por violação.
Ao rebentar o escândalo, a Academia Sueca cortou relações com o artista e pediu uma auditoria, que concluiu que Arnault não influenciou decisões sobre prémios e bolsas.
Contudo, descobriu-se que Katarina Frostenson, mulher do artista e membro do comité que decidia a atribuição do Nobel da Literatura, era coproprietária do clube literário do marido, que recebia regularmente apoio financeiro da Academia Sueca, o que violava as regras de imparcialidade.
O relatório confirmou também que a confidencialidade sobre o vencedor do Nobel foi violada várias vezes.
Após várias demissões e reestruturação dos lugares de topo, em 2019, a Academia premiou o romancista austríaco Peter Handke (nesse ano o Prémio referente a 2018 foi atribuído à escritora polaca Olga Tokarczuk), o que gerou forte controvérsia, devido às conhecidas posições pró-sérvias do escritor, durante a guerra na ex-Jugoslávia, tendo, inclusivamente, levado a principal associação de vítimas do genocídio de 1995 em Srebrenica a acusá-lo de defender responsáveis por crimes de guerra e a pedir a retirada do prémio.
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