"Martin Karplus faleceu pacificamente aos 94 anos no sábado, 28 de dezembro de 2024, na sua casa em Cambridge, Massachusetts", indicou o obituário publicado por uma agência funerária deste estado da costa leste norte-americana.
Em conjunto com o britânico-americano Michael Levitt e com o israelo-americano Arieh Warshel, Martin Karplus ganhou o Prémio Nobel da Química em 2013 pelo seu trabalho na modelação computacional de reações químicas.
Nascido em Viena em 15 de março de 1930, foi exilado nos Estados Unidos com a família após a anexação da Áustria pela Alemanha, em 1938.
Karplus referia que o seu amor pela ciência nasceu do interesse pela ornitologia, mas também graças a um microscópio que os seus pais lhe ofereceram quando era criança.
Estudou em Oxford e Harvard, onde mais tarde se tornou professor a partir de 1966.
A partir de 1992, lecionou durante vários anos na Universidade de Estrasburgo, onde os seus colaboradores mais próximos elogiaram a qualidade do seu trabalho e a sua personalidade cativante durante uma cerimónia na capital da Alsácia, após o seu Prémio Nobel.
Martin Karplus foi também um fotógrafo reconhecido. A sua Leica, recebida como presente de doutoramento, acompanhou-o durante muito tempo e as suas imagens chegaram a ser expostas em maio de 2013 na Biblioteca Nacional de França, em Paris.
"Embora seja justamente celebrado pela sua inteligência, pelo seu destino como refugiado e pelas suas muitas contribuições científicas, talvez o maior impacto de Martin tenha vindo das pessoas e das comunidades que reuniu - através da ciência, da fotografia ou da culinária - e que foram inspiradas pelo seu exemplo", sublinha o seu obituário.
"Com ele perdemos um grande químico e cientista, amigo da França e da Alsácia", escreveu na rede social X o antigo ministro do Ensino Superior Patrick Hetzel.
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