A noite eleitoral no Hotel Altis foi marcada por uma atmosfera de desânimo e ausência. Desde o momento em que as urnas fecharam, a afluência foi reduzida e o ambiente manteve-se contido, com poucos militantes presentes na sala principal.

À medida que as primeiras projeções foram sendo conhecidas, os poucos apoiantes reunidos reagiram em silêncio, concentrados em frente aos ecrãs de televisão. O silêncio tornou-se, a partir desse momento, o protagonista da noite.

Durante largas horas, a sala manteve-se praticamente vazia, com a ausência de dirigentes e das caras conhecidas do PS, que todos esperavam. Apenas com o avançar da noite se começaram a ocupar mais lugares, ainda assim, com um ritmo bastante mais lento do que se podia observar nas sedes das restantes principais forças políticas.

Já no final da noite, Pedro Nuno Santos desceu até à sala principal para discursar.

Assumiu a derrota eleitoral e anunciou a saída da liderança do partido, confirmando aquilo que já era de esperar - não será candidato às eleições internas.

A decisão provocou contestação imediata entre os militantes presentes, que cantavam: “Pedro, amigo, o PS está contigo!”

Visivelmente desapontado, foi com desilusão e tristeza que Pedro Nuno Santos encarou os militantes. Ainda assim, tentou manter alguma leveza, recorrendo até ao humor para responder às perguntas dos jornalistas.

Apesar da derrota, mostrou-se esperançoso quanto ao futuro do partido, especialmente em relação às próximas eleições autárquicas, afirmando acreditar firmemente na recuperação socialista em vários círculos eleitorais.

O PS deverá perder cerca de 20 deputados em relação às últimas legislativas, um resultado que coloca os socialistas como os grande derrotados da noite.

A derrota abre agora um novo ciclo dentro do Partido Socialista. A sucessão na liderança será inevitável, num partido que se encontra num momento de profunda reflexão.